13 de novembro de 2009

Causos registrados pela TV (aberta) regional

Histórias tradicionais do interior, os causos e as lendas têm espaço garantido na televisão paranaense. O programa semanal 'Revista RPC', exibido todos os domingos à noite na Rede Paranaense de Comunicação (RPC-TV), possui um quadro intitulado ‘Casos e Causos’. Ele apresenta histórias tradicionais do Paraná, em episódios que duram cerca de 10 minutos, e podem ser divididos em capítulos, dependendo da complexidade da história.

Contando com atores relativamente desconhecidos do público (alguns até bem ruins!) e elementos de humor e fantasia, o quadro não é um exemplo de atuação ou tramas elaboradas, e chega a ser, por vezes, enfadonho. É o tipo de apresentação que se acompanha apenas quando há interesse pela história em si, se não, é difícil encontrar elementos que segurem a atenção do espectador.

Casos e Causos’ mantém uma vasta gama de histórias devido às gravações em diferentes cidades por todo o estado. Preferencialmente cidades pequenas, onde as lendas e causos são mais presentes entre os habitantes. Cidades como Paranaguá, Londrina, Apucarana, Califórnia, Castro, Tibagi, São Luiz do Purunã já serviram de cenário para diferentes episódios.

Apesar dos poucos efeitos e produção relativamente pobre, existem alguns jogos de câmera interessantes e a trilha sonora é bem feita. Mas isso não apaga certas más atuações e histórias sem sal, pé ou cabeça. O programa foi feito para entreter e busca lugares diferentes para conseguir novas histórias, tudo visando audiência. No entanto, a iniciativa de registrar parte da cultura popular no interior do Paraná é válida e ajuda, ainda que de forma indireta, a preservar essas histórias, como uma espécie de arquivo.

Yana Fortuna


Serviço:

Quadro Casos e Causos no programa Revista RPC

Horário: A partir das 23:45 começa o Revista RPC

Dia: todo domingo

Site: http://portal.rpc.com.br/tv/paranaense/revistarpc.phtml

Fotos: Divulgação

Para sair da rotina radiofônica

Com a convergência tecnológica, rádio deixou de ser apenas AM e FM para entrar com força na web. Emissoras que já tinham freqüências radiofônicas oferecem programação via internet. Outras aproveitaram a possibilidade para oferecer ao público programas diferentes do que se ouve no AM ou FM. É o caso da rádio 'Cidade Web Rock'... que não tem freqüência hertziana, apenas online. Os programas são todos sobre música e para quem gosta de rock. Uma opção para quem já está cansado de ouvir os “top 10” das rádios de Ponta Grossa.


Ainda que o estilo predominante seja o rock, a programação varia os estilos e as épocas. Há horários em que os clássicos do rock predominam (Beatles, Rolling Stones, Aerosmith), horários em que qualquer gênero e época são aceitos (do emocore ao hard rock, do lançamento às músicas mais antigas), e horários com estilos definidos (para o classic rock, cena independente, músicas ao vivo, nacional). A interatividade é uma marca e o ouvinte pode enviar sua sugestão através do site.


O maior problema na Cidade Web Rock está no player. Os nomes das músicas e das bandas não aparecem em todos os programas. Há um espaço que poderia ser usado, mas não é. Como não tem locução, o ouvinte que deseja conhecer a banda e o nome da música fica perdido. Entretanto, é uma alternativa para quem gosta do estilo e quer se atualizar ou ainda relembrar outros tempos.

Liandra Cordeiro

Serviço
Rádio Cidade Web Rock
Site: http://www.cidadewebrock.com.br/v3/index.php
Para ouvir: http://www.cidadewebrock.com.br/v3/player.php?banda=64

Tito e o chopp à moda antiga 

A Choperia do Tito foi fundada em 1933 pelo alemão Tito Wiecheteck e nunca mais fechou as portas. Durante todo esse período, a administração foi passada de pai para filho, e o bar permanece com as mesmas características do primeiro ano de funcionamento. Entrar na choperia é como voltar no tempo, mobílias rústicas, doceira antiga e a máquina de chopp que permanece a mesma há 76 anos.

Para os frequentadores do bar, é o tempo da máquina que torna o chopp tão especial e atraente. Diariamente senhores vão ao bar para jogar conversa fora e tomar o tradicional chopp, considerado pelo livro “Os bares do Paraná” como o melhor da região.

No entanto, a tradição do bar traz consigo algumas limitações. O ambiente oferece chopp de qualidade, o típico rollmops, e outros petiscos, porém o local é pouco conhecido entre os jovens da cidade. O motivo é que o bar segue fiel a tradição e não tem por objetivo atrair novos clientes, ao contrário, os donos preferem mesmo aqueles senhores que frequentavam a chopperia desde jovens. Assim, o pequeno espaço, escondido entre o comércio ponta-grossense permanece o mesmo.

Além disso, os frequentadores do local são essencialmente homens, pois no período em que o bar foi inaugurado as mulheres dificilmente saíam de casa, muito menos para se divertir. A ausência do público feminino é visível, e quando alguma moça aparece por lá não é tratada com muita atenção e delicadeza. Ainda assim, para o público masculino vale a pena conferir o tradicional chopp de Ponta Grossa.

Guilherme Capello

Serviço:

Funcionamento:

Durante a semana das 9h às 20h

Sábados das 9h às 14h

Fotos: Guilherme Capello



Uma armadilha para os leigos

Quem nunca assistiu a um filme da série Jogos Mortais e decide assistir o capítulo que está em exibição nos cinemas (também em Ponta Grossa) - Jogos Mortais 6 (Saw 6) - pode sair da sala frustrado. O problema é que a sexta parte da série de terror criada em 2004 não faz nenhuma recapitulação do que aconteceu nos episódios anteriores. Para entender o que acontece na trama, é preciso ter um bom conhecimento do que já foi registrado na saga.


Por esse motivo, é difícil até mesmo introduzir a história sem contextualizar com os fatos ocorridos anteriormente. Ainda há muito sangue e armadilhas inteligentes, agora boladas pelo ajudante do vilão Jigsaw. Aliás, a cena do labirinto é de tirar o fôlego! Para os de 'estômago fraco', as torturas não são indicadas (tanto quanto nos outros filmes da série).
Apesar de cenas boas para os fãs do gênero, o filme é o pior da série. Até mesmo o final é previsível. Enquanto nos episódios anteriores, o espectador sempre se surpreendia e, por vezes, até saía chocado do cinema.


A saga Jogos Mortais começou bem, trazendo novos elementos para o gênero. Nos primeiros filmes, a união entre o terror causado pelos ‘jogos mortais’ do título e o drama vivido pelos personagens humanizava as vítimas. Conforme novos filmes vieram, se percebe que Jigsaw faz as armadilhas porque estava morrendo e tinha raiva de quem tinha saúde e desperdiçava a vida. Com os jogos, queria ensinar as pessoas a darem valor à vida. Entretanto, no último capítulo lançado, tudo se trata de vingança. Para os fãs da série, há muitos esclarecimentos. Para quem nunca assistiu a nada da saga, há muitos outros filmes em cartaz.

Gabriel Sartini

Serviço:
Jogos Mortais 6 (Saw VI)
Direção: Kevin Greutert
Duração: 91 min
Clasificação: 18 anos
Programação Multiplex Palladium:

SEX SAB DOM QUA 16:00 20:00
SEG TER QUI 21:00

Uma dose de Bossa Nova, por favor

Na última edição do Cinearte, no dia 07/11, foi exibido o filme “Os Desafinados”. Mas o destaque fica para a apresentação dos músicos Bortolo Júnior (Boró) e Nicolas Pedroso. Diferentemente do que ocorre nas outras edições do Cinearte, dessa vez a apresentação musical aconteceu após o filme e foi inspirada no estilo Bossa Nova, de forma que entre as músicas tocadas destaca-se “Chega de saudade”, de João Gilberto.

Além da música, o cantor Boró também contextualiza para o público o surgimento de Bossa Nova, seus seguidores e repercurssão em outros países. Ele instiga o público a apreciar o estilo musical, que é genuinamente brasileiro. Apesar de apresentar informações interessantes, como por exemplo,explicar que a Bossa Nova é uma mistura de samba e jazz, em muitos momentos o cantor não deixa claro alguns argumentos. Ele explica que a Bossa Nova foi o estilo dominante na década de 1950, mas não contextualiza porque tais músicas se popularizaram tanto.

Boró lembra que atualmente os brasileiros não valorizam o estilo criado aqui. “Podemos ouvir Bossa Nova em grandes filmes europeus e americanos”, disse o cantor. Outro argumento que fica sem explicação: por que outros países dão mais valor ao nosso estilo musical que os próprios brasileiros? A comprovação pode ser percebida neste mesmo blog que, na maioria das edições de música, tem abordado o estilo pop/rock.

Um aspecto que deve ser destacado positivamente é o formato do projeto Cinearte, que relaciona música e cinema. O debate e a apresentação musical após o filme facilitam a compreensão a respeito do assunto principal, além de contextualizar dois tipos diferentes de arte.

Mariana Galvão

Serviço:

Cinearte 07/11

Exibição do filme “Os Desafinados” e apresentação musical de Bortolo Júnior e Nicolas Pedroso.

Próxima apresentação Cinearte:

OS DOCES BÁRBAROS - 21/11 – 17 horas
Cine Teatro Ópera – Auditório B

Rua XV de Novembro 452/468

Fotos: divulgação Jornal da Manhã

Quando o sensacionalismo acaba em tragédia sangrenta

Nos últimos anos, o jornalismo impresso encontrou uma saída para escapar da sua temida morte: os jornais populares. Em praticamente todos os estados brasileiros existe um veículo desta segmentação. No Paraná, o representante mais próximo dos formatos 'populares' é a Tribuna do Paraná, do Grupo Paulo Pimentel, que também publica o jornal Estado do Paraná.

A 'Tribuna' utiliza uma fórmula muito simples para vender: mexe com as emoções do povo. Os temas mais recorrentes abordados pelo diário são futebol, sexo e violência urbana. Os assassinatos são noticiados com pitadas de 'humor negro'. Um crime cometido por causa de uma briga ganhou o título de “Apelido da Morte”, uma agressão de um pai sobre um filho foi batizada singelamente de “Criança Pela Janela”.

Além dos pitorescos crimes noticiados (quase todos de Curitiba, de lugares violento)s, o jornal é um dos poucos que veicula classificados de garotas de programa, além de um espaço dedicado às 'beldades' das boates da capital paranaense. O restante do jornal fica dedicado ao futebol com direito a muitas “cornetadas”, os comentários dos torcedores que sempre soam como provocação aos rivais esportivos.

A Tribuna do Paraná é um exemplo de jornalismo preocupado quase exclusivamente com o aspecto financeiro. Se forem estes temas que vendem, então é o que será publicado! Fica no ar uma última questão: se o jornal é dedicado às classes D e E da população, porque o preço é tão elevado (R$1,50)? Vale lembrar que em Santa Catarina o jornal do mesmo segmento custa menos do que a metade do preço (R$0,60).

Edgard Matsuki

Serviço

Jornal A Tribuna do Paraná

Preço: R$1,50

Periodicidade: Diário

Tiragem: 30 mil exemplares

Encontrado nas bancas de jornal de Ponta Grossa

Uma 'exposição' da miséria humana

Professor de física, coordenador de projetos extra-curriculares do Colégio Sepam, artista plástico e, mais recentemente, escritor. O homem de mil e um talentos é Nelson Canabarro, e seu primeiro livro - “Vida de cão e outras desgraças” - marca sua estréia na literatura ponta-grossense.

“Vida de cão” é um diferente livro de contos - não espere finais felizes ou alívio para a agonia que as histórias impõem. O objetivo é chocar, mostrar a miséria humana em suas variadas facetas. Desde o cara que, para não morrer de fome, apelava para comida de cachorro, até a moça estuprada contando suas primeiras reações depois do abuso sexual. Canabarro não mede palavras para colocar em evidência uma realidade que muitos ignoram.
Os 15 contos da publicação não são histórias reais, mas histórias possíveis. Canabarro juntou tudo o que já havia presenciado em suas andanças no meio de setores mais pobres, seja em projetos que atua ou em suas memórias de infância. A forma como o texto é colocado estimula a imaginação do leitor de forma a fazê-lo vivenciar um pouco das histórias.
O livrinho de 68 páginas pode ser lido em uma tarde. O objetivo de “Vida de cão” não é dar lição de moral. O autor foca na 'podridão' das pessoas, no animalesco, no grotesco, no surpreendente. Como isso será absorvido pelo leitor dependerá da sensibilidade do mesmo perante as desgraças alheias.

Tuanny Honesko

Serviço: OLIVEIRA, Nelson A. C. . Vida de Cão e Outras Desgraças. 1. ed. Curitiba: Lua Nova, 2009. v. 300. 68 p.
O livro está sendo vendido na livraria Letras Megastore do Shopping Palladium ou nas Livrarias Curitiba.
Contato com o autor: ncanabarro@yahoo.com.br

8 de novembro de 2009

Vivendo e aprendendo



Quem já assistiu a alguma aula de Critica de Mídia na UEPG percebe que os textos do blog têm cada vez mais elementos aprendidos na disciplina. O texto da editoria Em Cena, por exemplo, trata de aspectos por vezes esquecidos em alguns textos, como iluminação e sonoplastia. Também faz um bom trabalho ao criticar os vários elementos da apresentação enquanto descreve as situações.

O texto da editoria Antena trata de um tema muito debatido no curso de Jornalismo, a falta de programas noticiosos nas rádios da cidade e a simples leitura dos impressos. A editoria Livro Aberto deixa uma duvida para o leitor: quem é o homem que aparece na foto? Apesar disso, o texto explora bem os elementos do livro, desde o conteúdo das poesias até a diagramação das páginas.

Algumas falhas de edição foram observadas, como nas editorias Na Tela (...se compara a muitos doa apresentadores...), e em Antena (No entanto, a rádio se apresenta como um meio para o ex vereador, na busca de informações que, talvez, o beneficie). Uma leitura mais atenta, por parte dos autores e da edição, evitaria tais erros.

Na editoria Vitrola, a autora poderia ter explorado mais as canções próprias da banda. Além disso, a autora afirma que a banda em destaque vem “conseguindo abrir a cabeça” de pessoas que gostam de outros gêneros que não o Pop Rock, mas não há dados para comprovar tal declaração. Contudo, toca em um ponto interessante, a pouca divulgação que o grupo faz dentro da cidade. Como já foi discutido no espaço do Ombudsman em outras ocasiões, o principal defeito dessa editoria é a preferência por bandas de rock. Mais pluralidade traz mais satisfação aos leitores.

Gabriel Sartini