24 de outubro de 2009

Pensar no leitor, fator indispensável

O processo de produção textual seja para um blog, um jornal, ou qualquer outro meio, tem que levar em consideração como será recebido. Quando o texto vai ser publicado, no caso, precisa ser pensado pelo ponto de vista de quem consome as informações. Além disso, ao tratarmos de crítica, não podemos esquecer que o leitor do blog passa a ser um crítico daquilo que é publicado. Talvez não seja intencionalmente, mas acaba analisando as opiniões e argumentos de quem é responsável por lhe passar uma visão de um produto.

Um dos problemas enfrentados em algumas edições da editoria Outros Giros é a publicidade gratuita de estabelecimentos comerciais. Nessa edição, a crítica conseguiu manter o caráter construtivo sem estar baseada na divulgação do local. Contrapor o cuidado do Boliche em decorar e iluminar adequadamente cada setor do espaço com o mau atendimento dos funcionários demonstra a percepção do autor para todos os aspectos.

Por outro lado, a generalização continua presente em textos do Crítica de Ponta. Na editoria Antena, o uso do senso comum para julgar qual o conceito de rádio comercial não é suficiente para justificar tal suposição. O texto cita apenas uma emissora local, mas, como diz o ditado popular, joga todas as outras dentro do mesmo ‘saco’. Ainda, generaliza ao analisar a atitude da maioria dos jovens sem dados, estatística, ou qualquer outro tipo de informação que sustente a afirmação da autora.

A editoria Entre Linhas desliza com o vocabulário. O termo “imparcialidade”, muito usado no campo jornalístico, pode não ser tão comum para quem lê de fora. Quem produz para o blog deve pensar no texto para o leitor, em como alguém alheio ao campo interpretará sua linguagem. Nem sempre aquilo que soa óbvio para os autores tem a mesma naturalidade para quem lê os textos.

Ainda, o texto da editoria Projetor fica preso à descrição do filme. A incerteza da própria autora quanto ao desenrolar da trama acaba reduzindo a crítica a uma descrição em busca de compreensão da obra. A análise da direção do filme, por outro lado, salva o caráter crítico do texto. Na editoria Livro Aberto, a autora também perde o potencial da crítica quando descreve o evento. O texto fica limitado a informações.

O texto ‘Um passeio incompleto por Faroeste Caboclo’ faz lembrar um conceito importante para produzir um texto. Proporções são relativas para a interpretação de cada um. Quando a autora fala sobre o “pequeno público”, qual a noção de pequeno? Ainda, essa imagem pode variar de acordo com o tamanho do local do show. Um pequeno público no Centro de Eventos é diferente de um pequeno público no Empório. Quanto maior a objetividade, menor a possibilidade de interpretações errôneas.


Jennifer Ann Thomas

Leitura para todos (da UEPG)


Com o objetivo de incentivar os servidores de limpeza, transportes, manutenção da UEPG a ler mais, foram montadas caixas com livros e revistas, que circulam pela Universidade, facilitando o acesso dos funcionários à produção cultural. Trata-se da campanha 'Caravana da Leitura – servidor entre nesta aventura', que será lançada na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, que ocorre entre os dias 23 e 29 de outubro.

Estimular a leitura e a circulação das obras. Este é o objetivo das campanhas promovidas anualmente pelas Bibliotecas dos campi Central e Uvaranas da UEPG, dentro da programação da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. As campanhas “Adote um livro” e “Semana do Perdão”, que convidavam os alunos a escolher um livro para restaurar são exemplos que demonstram a importância do evento.

Os usuários que mais utilizam o acervo são premiados com livros e certificados. Mesmo assim, o objetivo da Semana, que é promover a interação entre a comunidade acadêmica e as Bibliotecas da Universidade, acaba restrito àqueles que já têm o hábito de frequentar o local.

A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca ocorre desde 1980 em todo o Brasil, na mesma data. Em Ponta Grossa as atividades culturais programadas envolvem a mostra de vídeos e a realização de oficinas de orientação bibliográfica.

Cintia Amaro

SERVIÇO

SEMANA SEMANA NACIONAL DO LIVRO E DA BIBLIOTECA

23 A 29 DE OUTUBRO DE 2009

PROGRAMAÇÃO:


23 – SEXTA-FEIRA

ABERTURA - 8h00 – UNIDADE CENTRO –

- Abertura com Vice reitor – café de abertura

- Premiação do(s) leitor(ES) por categoria – entrega de certificados

- Agradecimento à ex –deputada federal e profa. da UEPG Selma Schons - Sistema de segurança da Biblioteca do Centro.


- Entrega das caixas de leitura para representantes dos órgãos selecionados - Caravana da Leitura

- Vídeo da coletora mascarada

- Exposição maquete da Biblioteca em 3 D

– ABERTURA – 14h00 – UNIDADE CAMPUS DE UVARANAS

– café de abertura

- Premiação do(s) leitor(ES) por categoria – entrega de certificados

- Distribuição do Jornal das Atividades da Biblioteca e folders

- Vídeo da coletora mascarada

- Exposição maquete da Biblioteca em 3 D.


26 – SEGUNDA-FEIRA

- 12h00 – Atividade Cultural:

- 13h30 às 17h30 - Oficinas de Orientação Bibliográfica

13h30 às 14h30 – Apresentação Formal de Trabalhos – NBR 14724

14h45 às 15h45 - Citação – NBR 10520

16h00 às 17h30 – Referência – NBR 6023

Ministrante: Bibliotecária Angela Maria de Oliveira - Sala

Inscrições on line: site......www....

- Sorteios

27 – TERÇA –FEIRA

12h00 – Atividade Cultural – apresentação Banda Casa 2 – Pátio do DECOM - Centro

- Sorteios


28 – QUARTA-FEIRA -

- 12h00 Atividade Cultural – Banda Tio Canca – Pátio do DECOM - Centro

- 13h30 às 17h30 - Oficinas de Orientação Bibliográfica

13h30 às 14h30 – Apresentação Formal de Trabalhos – NBR 14724

14h45 às 15h45 - Citação – NBR 10520

16h00 às 17h30 – Referência – NBR 6023

Ministrante: Bibliotecária Maria Lucia Casarin Bezerra Madruga - Sala - Bloco

- Sorteios


29 – QUINTA-FEIRA -

- 12h00 Atividade Cultural – Grupo Novos Malandros – Pátio do DECOM- Centro

- 14h00 Palestra com Heloá Vitorino – para servidores da BICEN –

Pequeno Auditório – Bloco A

Tema:

- Sorteios


Mais informações:

http://www.tibagi.uepg.br/uepgnoticias/noticia.asp?Page=7182

http://www.tibagi.uepg.br/uepgnoticias/noticia.asp?Page=7195

23 de outubro de 2009

Um strike em PG

Ao tentar derrubar todos os 'pinos', ou seja, atingir diferentes públicos na noite ponta-grossense, o Boliche Strike 7 Bar mistura espaços destinados para todas as idades. Não se pode esquecer que o ambiente é ideal (ou não!) para os cantores de plantão.

Atirando para (quase) todos os lados, o Strike, como é mais conhecido, não possui um público alvo definido. Entre cama elástica, piscina de bolinha, mesas de sinuca, karaokê e seis pistas de boliche, crianças, adolescentes, adultos e idosos podem frequentar o mesmo espaço.


O principal atrativo do lugar é o karaokê, que prende a atenção de todos que circulam pelo ambiente. No entanto, não são todas as pessoas que cantam bem. Por isso, esperar qualidade musical pode ser frustrante. Pode-se destacar que a falta de mesas de sinuca, que ocorre em outros bares da cidade, não acontece no estabelecimento.


A decoração e a iluminação também são pontos fortes do lugar. Por toda a extensão do bar é possível encontrar imagem de microfones, mesas de sinuca e pinos de boliche. Além disso, as áreas que necessitam de mais claridade como as destinadas para os jogos e brinquedos infantis se contrapõe ao clima boêmio proporcionado pela pouca luminosidade na parte do karaokê.

Para não falar apenas de pontos positivos, e tender para apenas um lado, como acontece com parte das mesas de bilhar e duas pistas de boliche, o atendimento do local deixa a desejar. Vale a pena conferir o espaço. Só não chegue após a meia noite, pois poderá encontrar as cadeiras sendo empilhadas e as televisões desligadas.

Daniel Petroski

Fotos: Divulgação

Serviço:

End- R. Júlio de Castilho, 963 - Centro - Ponta Grossa - PR

Tel: (42) 3223-3175

Horário de funcionamento- a partir das 17h

Lotação- 200 pessoas

Quando as características do rádio se perdem



Quando se fala em rádio, logo se vem à mente a programação comercial com músicas feitas apenas para vender e que ninguém agüenta mais ouvir. As rádios, de maneira geral, não se renovam.

O que se verifica em Ponta Grossa são rádios nesse estilo, que afirmam ser voltadas aos jovens, tal como a rádio Mix que assim classifica seu público alvo. Para isso, a seleção musical da emissora é pop rock, reggae, com músicas nacionais e internacionais.

Acontece que, na realidade, a grande maioria dos jovens acaba não ouvindo rádio porque a programação que diz ser voltada a eles não os atende de fato. Costumeiramente são músicas “batidas” e os noticiários também encontram dificuldade na aderência desse tipo de público, visto que na maioria das vezes são cópias do jornal impresso. Por mais que esse veículo seja parâmetro para o que o rádio, a TV e a internet vão tratar, é preciso imprimir as características marcantes de cada um.

Falta ao rádio local um ecletismo maior de cultura na escolha das programações, assim como uma complementação no conceito de rádio educativa.

Ocorre, geralmente, uma tentativa de aproximação do modelo de rádios nacionais, como a Jovem Pan, que acaba desprivilegiando o que é válido na cultura local e poderia ser explorado, como forma de aproximação do público.

Programas como peças radiofônicas e até mesmo documentários, a fim de diversificar a programação e torná-la mais peculiar, poderiam ser implantados nas rádios locais. Pensar em alternativas para causar interesse nas rádios locais devem ser analisadas.

Beatriz Bidarra

Serviço:

Rádio Mix Ponta Grossa . FM 94.7Mh

Rádio Jovem Pan Ponta Grossa. FM 103.5 Mh

Fotos: Divulgação.

Jornal espiritual nada convencional


A primeira impressão ao se deparar com um veículo de comunicação coordenado por uma entidade religiosa é que o mesmo retrata principalmente a crença, certo? Errado! A edição número 915, de outubro de 2009 da Folha Universal (coordenada pela Igreja Universal do Reino de Deus), foge do ‘achismo’ de que um jornal religioso só pauta temas de religião.

Ao longo do impresso, que é disponibilizado gratuitamente pela IURD de Ponta Grossa, vários assuntos como medicina, culinária, política e esportes são encontrados. Somente nas últimas páginas do veículo se localizam as editorias que tratam das pautas da igreja, a exemplo do ‘jornal do pastor’ e ‘recuperação’.

Matérias especiais de página dupla, espaço com piadas e palavras cruzadas, e a página dois destinada à opinião podem proporcionar no leitor a sensação de um jornal comercial. Entretanto, tal impressão logo desaparece devido a imparcialidade do impresso.

As publicidades merecem uma análise a parte. Propagandas de livros e dvds religiosos disputam espaço com anúncios publicitários ‘um tanto quanto inusitados’ para o veículo. Produtos para redução de peso e clínicas que prometem curar problemas de ereção e ejaculação precoce são encontrados nos espaços publicitários do jornal.

Mesmo com falhas visíveis (a exemplo da imparcialidade) a iniciativa da Igreja Universal do Reino de Deus ao criar a Folha Universal é válida, já que o objetivo da mesma é buscar inovação para tornar-se mais próxima de seus fiéis.

Carla Yarin

Serviço

Folha Universal n. 915

De 18 a 24 de outubro de 2009

2.557.000 exemplares

Igreja Universal do Reino de Deus - IURD

Boa interpretação (cinematográfica) não salva a produção



Meryl Streep. Philip Seymour Hoffman. 5 indicações ao Oscar. Considerado um dos melhores filmes de 2008. Só podia ser excelente. Mas talvez tenha faltado sensibilidade, a esta crítica para não gostar de “Dúvida”. A história do filme se passa num colégio católico, onde o mais novo padre começa a dar o que é considerado atenção demais ao primeiro aluno negro do colégio. Tal relação começa, então, a despertar dúvidas na irmã interpretada por Meryl Streep.

A irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep) é interpretada de maneira espetacular pela atriz. Ela deixa até o espectador com medo das suas ‘mãos de aço’. A irmã Aloysius dirige a escola com uma disciplina extremamente rígida e dura, enquanto que o padre Flynn (Philip S. Hoffman) chega ao colégio com a intenção de suavizar algumas regras. Integrando a história, a inocente freira James (Amy Adams) é quem começa a desconfiar do padre Flynn.

A polêmica envolvendo igreja e pedofilia desperta a atenção. Mas a maneira que o diretor John Patrick Shanley aborda a questão deixa a desejar. Nada fica explícito na trama, o tempo todo Meryl Streep blefa com padre Flynn na intenção de fazê-lo confessar. E essa constatação nunca vem. O filme termina com o espectador na dúvida.

Em compensação, a irmã Aloysius demonstra o filme todo ter certeza absoluta da culpa do padre. Essa certeza aliada à magnífica interpretação da atriz leva o espectador a concordar com ela. Mas o filme termina com uma revelação da irmã: “Eu tenho dúvidas! Eu tenho tantas dúvidas...” E assim, o diretor humaniza a personagem no último instante. Só não deixa claro se as dúvidas estavam relacionadas ao caso do padre, ou dúvidas com relação à vida de uma maneira geral.

Mariana Galvão

SERVIÇO:
Dúvida (Doubt)

EUA 2008

Duração 105 minutos

Direção – John Patrick Shanley

Elenco – Meryl Streep (irmã Aloysius Beauvier), Philip S. Hoffman (padre Brendan Flynn), Amy Adams (irmã James).

Disponível: Locadora 100%vídeo.

R. Benjamin Constant s/n. Próxima ao Supermercado Muffato.

Fotos: divulgação

Um passeio incompleto por Faroeste Caboclo


Quando alguém vai assistir ao show de uma banda ‘cover’, espera ouvir maiores e melhores sucessos do grupo homenageado e, quem sabe, cantar junto. No dia 17 de outubro, o Empório recebeu pela segunda vez no ano o Legião Urbana Cover, de Curitiba. E, não há como negar, a qualidade das músicas é impressionante.


A parte instrumental é muito parecida com a feita pelo grupo brasiliense no final da década de 1980, apesar dos problemas sonoros da casa de shows, microfonia e falha nas caixas de som. A guitarra, o som da bateria e a movimentação dos músicos envolviam o público de forma a lembrar da performance que colocou a Legião Urbana como uma das lendas da música brasileira.

O destaque da banda é o vocalista Marcello Dias. Sua voz remete imediatamente ao ídolo Renato Russo, o que, a princípio, empolgou o pequeno público que compareceu ao local do show. No entanto, a semelhança era tanta, que a incorporação do ídolo acabou se tornando uma patética imitação, não só da voz, mas da personalidade.


O momento mais marcante foi na música Faroeste Caboclo. Marcello tinha deixado o palco enfurecido por problemas técnicos. O restante da banda tocava o sucesso e a platéia cantava cada verso com empolgação. Quando o vocalista voltou, errou a letra e decidiu trocar de música, gerando reclamações do público. Atitude digna do verdadeiro Renato Russo, que brincava com a platéia e era conhecido por sua personalidade contraditória. O problema é viver à sombra de um ídolo a ponto de confundir a personalidade com a dele. Renato Russo podia, Marcello Dias não.



Yana Fortuna



Serviço:

Empório Avenida – Rua Bonifácio Vilela

Dia 17 de outubro.

R$ 10,00

Horário: 23:00