6 de junho de 2009

Por um olhar aprimorado sobre os Campos Gerais


Nesta edição o blog completa um ciclo, todos os integrantes passaram por todas as editorias. Desde a primeira edição nota-se um progresso tanto na escolha dos temas, quanto na elaboração dos textos, o que ajuda a manter a freqüência dos leitores e atrair atenção de novos internautas.

A editoria ‘Em Cena’, percebeu que a falta de uma peça de teatro não impede a crítica. Isso porque, uma das funções da crítica é a de estimular práticas culturais, criticando a qualidade quando há o produto; mas também denunciando sua falta.

Algumas editorias ainda não conseguiram cumprir sua função crítica como a editoria ‘Entre Linhas’, que se prendeu à comparação do jornalismo impresso com o digital. Sua conclusão descreve uma característica comum aos jornais impressos sem direcionar uma crítica ao produto específico. Problema semelhante traz a editoria ‘Projetor’, na qual a própria autora reconhece ao final do texto que não fez crítica.

Uma observação importante feita pelos leitores do blog é a recorrência de críticas a trabalhos acadêmicos, como a crítica nesta edição ao trabalho de extensão Rádio Web. É interessante situar o leitor sobre o que é produzido dentro da UEPG, mas existe certa comodidade em explorar temas dos quais o próprio crítico participa.

A experiência de 3 meses de produção do blog reflete na percepção dos temas a serem criticados, em função do exercício de um olhar mais abrangente sobre os campos gerais. Mas ainda existem problemas, que o ombusdsman pode ajudar a resolver servindo de guia sobre o que deve ser repensado.

Camila Montagner

5 de junho de 2009

Os bons filhos à casa tornam



Após três meses em São Paulo, eles voltaram. A banda Mandau, formada por Scilas (vocal), Fabrício Cunha (guitarra), Felipe Lelis (baixo), Guido Júnior (teclado) e Ricardo Corrêa (bateria), fez seu primeiro show em Ponta Grossa, sua cidade de origem, desde que seus integrantes mudaram para São Paulo, no mês de março deste ano. A apresentação foi realizada no Tradição Club, que passou por reformas recentemente e agora conta com uma pista maior para os freqüentadores, assim pode abrigar os fãs ponta-grossenses da Mandau.



No show foram tocadas todas as músicas da banda, como 'Resistência', 'Parede', 'Vou nadar na Lagoa Dourada' e 'Invés', além de alguns covers. Entre eles estão '16 toneladas', 'Suspicious minds' e 'Pescador de ilusões', só faltou 'Black Dog', do Led Zeppelin. O repertorio já é conhecido dos que freqüentam o Cine Rock e o Baviera, onde a banda tocava quase que semanalmente.



Os músicos também introduziram quatro músicas novas que, segundo eles, em breve serão lançadas em um compacto somente para Ponta Grossa.

Parecia ser um dos shows de sempre do Mandau: o mesmo público, as mesmas músicas, a mesma banda de sempre. Mas a felicidade transmitida pelos músicos parecia de alguém que volta para casa depois de ficar algum tempo fora, somente para matar as saudades. E, realmente, eles tinham feito muita falta.


Nataniel Zanferrari


Serviço:

Banda Mandau

http://www.myspace.com/mandaupr

Fotos: Nataniel Zanferrari

Rádio que se aprende fazendo




Colocar em prática o que se aprende em sala de aula é gratificante para alunos e professores. Aplicar a teoria no cotidiano fomenta o aprendizado e torna qualquer disciplina mais enriquecedora. É com essa proposta que a professora Zeneida Alves de Assumpção criou, em agosto de 2008, o projeto de extensão Radio Web. Desenvolvido por alunos do curso de Jornalismo da UEPG, a Rádio Web traz informação, cultura e entretenimento em arquivos de áudio, produzidos pelos estudantes, e disponibilizados na internet.


Cada programa, de curta duração, possui um tema. São assuntos como internet, esportes e música, além de entrevistas e algumas peças radiofônicas. A Rádio Web apresenta conteúdos dinâmicos e pode ser ouvida por qualquer pessoa que acesse o link do Serviço. Contudo, como o projeto também é um espaço para aprendizagem, algumas falhas devem ser discutidas. No link, os programas não estão separados por temas ou grupos, o que, se fosse feito, tornaria a apreciação do trabalho mais atrativa.


Os temas são interessantes, mas não chamam atenção de acadêmicos de outros cursos. Pode-se cair na armadilha de produzir somente para quem é do curso e sobre o curso. No link havia vários programas sobre um evento de Jornalismo, mas nenhum apresentava um evento de outra área, por exemplo. A Rádio Web poderia ser “mais democrática”, pautando temas interessantes tanto ao estudante da UEPG como para o ouvinte que não faz parte da comunidade universitária. Ao trazer temas mais plurais, aumentam-se as chances de se ter mais ouvintes. É assim que o projeto cresce, e os alunos também.

Thalita Milan

Serviço: Projeto Rádio Web (UEPG) - http://radioweb.uepg.br/

Créditos: Divulgação

Fotos: Divulgação

Quarentena teatral nos Campos Gerais




A crítica desta edição do espaço 'Em Cena') não é sobre nenhuma peça teatral! O motivo é simples. Uma vez que não existam apresentações de teatro em Ponta Grossa, não há o que o avaliar, elogiar, criticar e, talvez, pior: não há o que assistir. Nas fachadas do cine Ópera e do Centro de Cultura está o veredicto: condenado à quarentena. Não houve nem haverá nenhuma apresentação teatral nos próximos dias nos Cine-“Teatros”. E nem no próximo evento cultural princesino.


Na primeira semana do mês foi apresentada à imprensa a programação do festival de inverno. Do dia 12 à 30 de junho, Ponta Grossa passará por uma “avalanche de eventos culturais”: entre apresentações e oficinas, acontecem 37 eventos musicais e 12 de dança. Serão exibidos 9 filmes e será lançado um livro. Também acontecerá um encontro de motociclistas. Só não fará parte do Festival de Inverno apresentações de teatro. Será que faltam grupos na cidade?


O mais estranho de tudo é que não há motivo para o teatro ficar fora do Festival. Grupos teatrais não faltam em Ponta Grossa. Toda semana, o diretor Carlos Andrade vai com seu grupo de teatro à sala de cinema do Shopping Total para ensaiar 'Máscara de Seda', peça ponta-grossense que já foi mostrada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A próxima apresentação em Ponta Grossa será apenas em agosto. Até lá, o teatro deve ficar em quarentena.

Edgard Matsuki

Serviço 1:

Festival de Inverno

Quando: 12 a 30 de junho

Onde: Ponta Grossa

Foto: Edgard Matsuki


Serviço 2:

Nome: Máscara de Seda

Duração: 50 mim.

Direção: Carlos Andrade

Elenco: Solange Leminski, Carlos Andrade, Jocemar Chagas e Adriana Fontinelle

Quando: 21 e 22 de agosto

Onde: Cine Teatro Ópera, em Ponta Grossa

Um passeio pela Rua XV, de PG




Cine-Teatro Ópera. Cafés. Emissoras de rádio. A relojoaria mais antiga de Ponta Grossa. Bancos de praça distribuídos em alguns pontos deixam o local com um aspecto aconchegante. Essa é a rua XV de Novembro, que parece não fazer parte do restante da cidade, como se estivesse parada no tempo. Os prédios chamam a atenção pela arquitetura antiga, que mantém a rua com a aparência do século passado.


O sebo, uma banca de revistas e um estúdio de desenho são opções de entretenimento que contribuem com a característica cultural da rua. Os cafés completam o cenário gastronômico tradicional da 'XV', já que um deles tem mais de 30 anos. Não é raro encontrar idosos (geralmente aposentados) conversando nos bancos sobre os tempos áureos da cidade, do tempo em que o extinto Cine Inajá era ponto de encontro dos casais.


Um problema da XV de Novembro é a falta de espaço para estacionar os veículos. A rua é estreita e poderia ser melhor aproveitada se transformada em calçadão. Isso faria com que os pedestres caminhassem sem pressa e notassem os detalhes desse espaço único. A 'XV' é um pedaço vivo da história de Ponta Grossa (PR). Mesmo com as transformações constantes ao seu redor, não perde o ar nostálgico que encanta quem por ali passa.

Giovana Celinski

Serviço:

Rua XV de Novembro

Paralela às ruas Dr. Colares e Marechal Deodoro

Referências: Cine-Teatro Ópera, Botequim e Rádio Clube

Centro – Ponta Grossa PR

Fotos: Leticia Scheifer

O (mesmo) jornalismo em dois diferentes campos



A leitura do jornal online se tornou um hábito e, por vezes, um vício. Matérias condensadas e chamadas rápidas atraem o leitor pela sensação de informação instantânea dada com facilidade. No entanto, alguns fatores ainda levam leitores a adquirir o jornal impresso como o pão diário.


O JMNews, edição online do Jornal da Manhã, editado em Ponta Grossa/PR, traz matérias mais superficiais e breves que a versão impressa do mesmo jornal. A página apresenta poluição visual devido ao excesso de notas informativas. Porém, uma das vantagens da versão online é a programação de alguns eventos culturais da cidade. O roteiro de exibições de filmes do projeto Cinearte, onde o jornal apresenta a sinopse dos filmes e a temática do mês, é um exemplo disso.

O JMNews se torna atrativo pelo caráter de proximidade com o leitor. Porém, as fotos do jornal impresso são atrativas que as disponibilizadas na internet, talvez pela estratégia de venda do impresso.

Outro jornal dos Campos Gerais, o Diário dos Campos, também agrega características semelhantes ao JM, devido ao valor da notícia ser parecido entre os periódicos da região. Entretanto, no site do DC pode-se encontrar a instantaneidade intrínseca dos meios virtuais. Notícias de última hora são postadas durante o dia todo.


A diagramação (layout) do DC é um pouco pesada, porém, é fácil e prático encontrar o que se deseja em apenas um ‘click’. A mídia impressa briga por espaço com a internet, mas ambas possuem seu público e seus adeptos. O jornal impresso tem agora a oportunidade de se aprofundar, já que a internet veicula os assuntos de um modo mais superficial, ao menos na maioria dos casos.

Giabrielle Amaral

Serviço:

Jornal da Manhã: www.jmnews.com.br

Diário dos Campos: www.dcmais.com.br

Café Mix Efusivo na TV a cabo de Ponta Grossa


Todo apresentador de TV deve ser espontâneo, diz uma orientação habitual na área. Ana Maria Braga e Amaury Junior, por exemplo, procuram criar um ambiente agradável aos convidados e nunca reclamam de sua equipe de produção. Já o apresentador Rômulo Cury, do programa Rômulo Cury Café Mix (exibido pela TVM, no cabo), consegue deixar seus entrevistados em situações até constrangedoras... capaz, por vezes, de ignorá-los por instantes para botar defeito na produção.

Embora o programa seja para a apresentação e venda de produtos e marcas, Cury muitas vezes faz perguntas sobre a vida pessoal dos convidados. Em outras situações, o apresentador ignora o produto e passa a conversar sobre outros assuntos. Já os problemas técnicos e de sua equipe ele faz questão de mostrar ao público. “Tô aqui desde as 4 horas da tarde e ninguém ainda me deu um copo d’água”, diz o apresentador, ao vivo, no programa Rômulo Cury Café Mix, veiculado dia 3 de junho.

O programa é bastante repetitivo. Geralmente, são os mesmos convidados e os assuntos também se repetem. Entretanto, o apresentador dá espaço para quem deseja divulgar eventos. Característica que se torna em principal atrativo, pois poucos programas abrem espaço para não-patrocinadores. Enfim, mesmo consiga tirar algumas risadas dos entrevistados e de quem assiste, a falta de profissionalismo e o (des)preparo da equipe de produção consegue assustar ou mesmo repelir possíveis telespectadores.

Maria Fernanda Lievore

Serviço:

Segunda à sábado das 16 às 18 h

reprises terça à domingo das 6 às 8 h

TVM– (tv a cabo canal 14 em Ponta Grossa/PR)

A 'Causa Secreta'... sobre Sérgio Bianchi




Para fugir do esquema: descrição – opinião – crítica que, geralmente, é feito no blog ('Crítica de Ponta'), o assunto da semana é Sérgio Luís Bianchi, cineasta pontagrossense nascido em 1945. Formado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, Bianchi dirigiu vários filmes, a começar pelo longa de baixo-custo ‘Maldita Coincidência’, de 1979. A história do filme retrata o momento em que indivíduos de várias tribos (punks, artistas, homossexuais e hippies) dividem uma mesma moradia.

Bianchi dirigiu também ‘Mato Eles’, em 1982, filme que retrata os índios Xavantes, Xetás e Guaranis. Com a obra, o diretor venceu o Festival de Gramado e o Grande Prêmio do Festival de Cinema da Cidade do México, em 1985. Filmes como ‘Romance’ (1988), ‘A Causa Secreta’ (1994), ‘Cronicamente Inviável’ (1999), ‘Quanto vale ou é por quilo’? (2004) e ‘Os Incomodados que se mudem’ em 2008, foram os demais longas dirigidos pelo cineasta pontagrossense.

Títulos bem elaborados e uma acirrada crítica à sociedade de consumo, o diretor retrata em seus filmes a situação dos negros, das desigualdades e problemas sociais e até do modo de vida de alguns índios no país. Em 2006, Bianchi retornou à Ponta Grossa para uma mostra de seus filmes.

O leitor sabia disso? Bem, o objetivo deste texto, que não chega a ser uma crítica, é mostrar o talento de uma personalidade de Ponta Grossa que conseguiu criticar uma realidade que todos conhecem, mas a maioria finge que não vê.

Yana Fortuna

Crédito das fotos:

Sérgio Bianchi - www.mostrabianchi.zip.net

Filme Quanto vale ou é por quilo - http://www.museu.ufrgs.br