28 de março de 2009

Senta que lá vem a história

Inaugurando:


Certa vez, o polêmico Paulo Francis, disse o seguinte: “dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incomum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue”. Isso provavelmente foi dito antes de Caio Túlio Costa, o primeiro ombudsman da Folha de S. Paulo, aparecer no caminho dele.

Francis começou sua carreira como crítico de teatro. Também foi comentarista político e escritor, sempre com uma linguagem afiada. Mas, quem diria, um dia ele teve que provar do próprio veneno. Quando, em 1989, Costa assume a função de ‘defensor do leitor’, não demorou muito para que começasse a pegar no pé de Francis. Dois meses depois de começar no cargo, criticou o colunista e daí nasceu uma verdadeira batalha. Os ataques foram muitos, Francis chegou a chamar Costa de ‘piolho’ (pelo cargo ter subido à sua cabeça) e ‘pentelho’, além de outras coisas bem piores. Bom, a discussão foi tanta e tão feia, que, dizem as más línguas, esse foi o motivo pelo qual Francis trocou a Folha pelo Estadão.

E por que toda essa historinha? Simplesmente para que você, leitor, perceba que criticar é bom, mas quando a coisa vira pro nosso lado, o bicho pega. Daí vale aquele velho ditado: pimenta no olho do outro é refresco. Então, como esse blog pretende criticar, é provável que os que forem criticados passem a ter certo ‘medo’ dele (ou raiva). Mas, mesmo assim, é necessária a execução da crítica, desde que bem fundamentada, para que possamos manter informação de qualidade dos meios de comunicação da região.

Eu já vou me alongando demais... Então, deixo aqui meu último conselho ao pessoal do 2º ano: há que ser durão. Quem tem opinião tem sempre inimigos.


Elaine Javorski

27 de março de 2009

Pontos Críticos


O que define se um livro, uma música, um filme ou um jornal são bons ou ruins? Difícil lidar com as imprecisões do “muito” e do “pouco”, somadas a idéias pessoais e vagas, que estão presentes em todos os textos do blog.
Algumas falhas devem ser citadas pontualmente, pois comprometem o entendimento do texto. Um exemplo é o uso de estrangeirismo sem prestar esclarecimentos ao leitor sobre o seu significado. É o caso do texto “Uma peça com velhas novidades...” de ‘Humor e Sexo’.
Há, também, o problema da generalização, como ocorre no texto “Falta noticiário noturno em rádio pontagrossense”, que aponta os problemas de uma rádio de PG, como se os mesmos ocorressem em todas as outras rádios locais. Ou ainda a fuga da generalização, como no trecho “atraente para alguns jovens”, em “Penetras bons de lábia”, em que o termo ‘alguns’ necessita ser especificado. Esse texto também descaracteriza a noção de crítica a partir da escolha de parte do programa, e não o serviço como um todo.
O texto “Cine Arte reaviva lembranças da ditadura militar” direciona a crítica à realidade brasileira, e não ao filme, apenas o descreve. Também a editoria ‘Outros Giros’ se prende a descrição do local visitado.
No texto “Invasão Poética”, a informação principal é contraditória, afirmando que a falta de público foi efeito da pouca divulgação do projeto, mas se procuradas, as informações sobre o evento estavam disponíveis.
Em ‘Diários de PG’ falta clareza ao caracterizar os periódicos como unilaterais, e coerência ao dizer que ‘O leitor, portanto, se não tiver por pressuposto, fica com a possibilidade de tentar entender’.
Precisamos observar e ler mais, afinal todos nós estamos em processo de aprendizagem. Nessa edição falta experiência, revisão e um olhar crítico dos próprios textos que não tiveram uma produção final condizente com as boas idéias dos assuntos criticados.

Camila Montagner

26 de março de 2009

Aviso

Por se tratar da primeira edição do blog, alguns erros serão visíveis. Principalmente por conta do Layout do blog que vem apresentando alguns defeitos. Esperamos que nas próximas postagens os erros sejam resolvidos e a leitura cada vez mais agradável.

Equipe Crítica de Ponta.

Uma peça com velhas novidades


Humor e Sexo:


Peças sobre sexo são comuns no teatro brasileiro. Mas, apesar do tema ser corriqueiro, a peça Sexo Etc. e Tal, apresentada no último dia 7, no Cine Teatro Ópera, em Ponta Grossa, trata da sexualidade de uma maneira diferente, mas não fugindo de alguns clichês.

“Desliguem os celulares. É proibido filmar e fotografar”. A frase comum em teatros não se aplica a essa peça. Diferente de outros espetáculos, o público é livre para fazer o que quiser, com apenas uma obrigação: “vocês estão em um espetáculo de humor. Vocês devem rir!”, ordena André Rangel, ator e diretor da peça.




No primeiro ato, uma espécie de stand-up entre os quatro atores, dá o tom da peça. “Todos falam palavrão, não fiquem horrorizados com isso”, diz Rangel. E eles não poupam mesmo, nenhuma palavra ou ato é censurado. É um bom e franco papo sobre sexo.

Na segunda parte, os atores dividem-se em duplas e se revezam em diversas situações que envolvem o tema central da peça. É aí que o merchandising começa a ser usado. Os atores se revezam em pequenas cenas e sempre dão um jeito de falar o nome de um dos patrocinadores, às vezes em excesso.




Houve um tempo em que homem vestido de mulher era um ato transgressor e inovador. A peça da Broadway Gaiola das Loucas ficou famosa por isso. Mesmo se hoje tal assunto não passaria de mais um lugar-comum, é o tema do terceiro ato da peça.

Para quem não viu, Sexo, Etc. e Tal é um espetáculo que mescla bons e maus momentos. Nos dois primeiros atos os atores mostram que, mais do que belos corpos, também possuem talento. A peça apresenta um bom texto, mas poderia ter bem menos merchandising, clichês e etc. e tal.


José Renan Vallim



Serviço:

Peça de Teatro Sexo, Etc. e Tal

Duração: 120 Minutos (em três atos)

Quando? 7 de março/09. No Cine Teatro Ópera.

Direção: André Rangel

Atores: André Rangel, André Sabino, Nakuza Kule e Amanda Blanco

Texto: Robson Guimarães

Preço: R$ 40 (R$20 para estudantes)




Penetras Bons de Lábia

Caos televisivo:



Com um nome coerente à proposta do programa, os Penetras – Gersinho e Gordo – invadem as festas que acontecem em Ponta Grossa. Piadas escrachadas, feitas para incomodar, humor extrovertido atraente a alguns jovens fazem parte da essência do show, apresentado às terças (23 horas) e quintas-feira (21 horas), na TV a cabo local, a partir do canal 21 (TVM) . Tem gente que gosta, mas os problemas técnicos (edição, cortes, filmagens) saltam aos olhos.


Não vale aqui discutir o objetivo do quadro, mas a confusão que o programa gera. Entrar em festas, entrevistar pessoas já com um alto nível de álcool nas veias, e fazer graça com elas não parece ser trabalho fácil, levando em conta o amontoado de pessoas, o ambiente e situação em que tais atores se encontram. Passar com uma câmera no meio de uma pista de dança e mantê-la imóvel é quase impossível. Abrir o microfone para quem quiser falar o que pensa é difícil de controlar. Porém, é assim que Penetras funciona.

A cobertura do evento Churrascon – considerada a maior festa universitária dos Campos Gerais – não foi diferente do habitual do programa. O que se destaca é a falta de uma boa edição, para retirar os erros dos apresentadores – assim como as piadas sem graça – e os tremidos das filmagens. Conversas com o produtor e devaneios são uma constante no programa da TV a cabo que exibe Penetras.




Além disso, sem nenhum tipo de respeito, o câmera dá zoom em peitos e bundas de meninas (geralmente) bem apresentadas. Enquanto isso, em alguns momentos, Gersinho e Gordo jogam charme para as garotas atraídas pelo suposto fascínio de aparecer na televisão. Chamariz para o programa, claro, mas indício de um explícito desespero por audiência.


Tuanny Honesko



Serviço:

Os Penetras

TV M (Canal a cabo de Ponta Grossa)

No ar terças-feiras às 23 horas, com reprise aos sábados às 21 horas

Cobertura da Festa do Churrascon, dia 14 de março de 2009.


Ilustrações: Cleber Facchi



Falta noticiário noturno em rádio ponta-grossense


Cadê?


Desde 1941, com o surgimento do Repórter Esso, que era transmitido em até cinco horários na Rádio Nacional, o radiojornalismo assegura força ao meio: o de chegar e informar aos mais diversos setores da população.

Se comparada à época dos noticiários de Heron Domingues, ou mesmo da era do rádio-teatro e novelas que reuniam ouvintes para acompanhar a programação radiofônica, a programação noturna das emissoras de Ponta Grossa se distancia da histórica tradição do rádio brasileiro.




Hoje, quem acompanha a programação da Rádio Tropical FM (99,9 mHz), de Ponta Grossa, principalmente das 20 até as 22 horas, pode perceber que pluralidade e variedade nos conteúdos transmitidos praticamente não existem. Toda a programação é amarrada na simples transmissão de recadinhos de ouvintes e na retransmissão musical de poucos gêneros, especificamente o sertanejo e o pagode. A parte informativa resume-se, nas duas horas de programação, a uma única entrada de 5 minutos de uma nutricionista que apresenta receitas para os ouvintes.

Assim, a produção da Tropical FM fica bem distante do que é produzido nas emissoras do Noroeste Paranaense, como a rádio Ilustrada FM (102,3 mHz), que transmite as principais notícias do momento, a cada intervalo musical. O ouvinte pontagrossense fica ainda distante da programação de emissoras gaúchas, como a Rádio Guaíba AM (720 kHz), que mantém uma grade de programa noturno com a apresentação de notícias.


Ao que tudo indica, os três critérios (informativo, educativo e entretenimento) que orientam a produção radiofônica brasileira são desconsiderados pelas emissoras da Princesa dos Campos Gerais. O critério informativo e o educativo preenchem apenas os 10% da programação, conforme legislação vigente.

Será que o ouvinte do rádio nos Campos Gerais quer apenas entretenimento, ou melhor, música?


Daniel Petroski



Serviço:

Rádio Guaíba - Sintonize AM 720 kHZ

Ouça ao vivo - http://www.radioguaiba.com.br/aovivo/aovivoWMP.htm

Rádio Tropical - Sintonize FM 99,9

Ouça ao vivo - http://www.fmtropical.com.br/newsite/

Rádio Ilustrada – Sintonize FM 102,3

Ouça ao vivo - http://www.ilustradafm.com.br/site


Ilustrações: Daniel Petroski

Jornais de PG 'trocam' mesmos números


Apuração Questinável:



As matérias analisadas foram publicadas no Diário dos Campos e Jornal da Manhã no sábado, dia 14 de março de 2009, e abordam o mesmo assunto: tentativa de fuga de 17 presos do ‘Cadeião’ Hildebrando de Souza, no núcleo Santa Maria.

Na versão do JM, “à tarde, uma operação pente-fino foi realizada em todas as celas, mas nada foi encontrado”. A mesma operação, no entanto, foi descrita de outra forma pelo DC: “Ontem à tarde foi realizado um pente fino dentro da unidade, quando outros objetos proibidos foram encontrados”. Isso mostra a carência na apuração de pelo menos um dos jornais, tornando impossível ao leitor identificar a veracidade dos fatos.




Tais versões apontam que uma única fonte consultada pelos dois jornais pode não garantir credibilidade (necessária) às matérias, tornando-as unilaterais. Outro detalhe (ou equívoco?) relacionado à falta de pluralidade e apuração aparece quando os periódicos citam a capacidade do presídio para detentos: 172, conforme o JM e 112, segundo o DC.




O DC ainda lança mão de uma adjetivação para caracterizar alguns detentos como “presos perigosos”, mas não diz o que, de fato, significa o termo. O leitor, portanto, se não tiver por pressuposto, fica com a possibilidade de tentar entender.. da forma que melhor avaliar! O jornal (DC) ainda não dá crédito ao autor da matéria e à imagem fotográfica publicada.


Giabrielli Amaral



Serviço:

Uma leitura (crítica) da edição de sábado, 14/03/09, do Jornal da Manhã e do Diário dos Campos.



‘Invasão Poética’... sem a invasão (de público)


(Des)Interesse:


Quem passou pela Biblioteca Municipal Bruno Enei, no Centro de Ponta Grossa, na última semana teve a oportunidade de ler poemas de grandes autores da poesia nacional, estadual e até mesmo da cidade. Apenas teve a oportunidade, porque o número de pessoas que prestigiou a Invasão Poética, evento que fez parte da Semana de Poesia de Ponta Grossa, ficou abaixo do esperado: das cerca de 250 pessoas que passam pelam pela Biblioteca a cada hora, apenas quatro paravam para ler as obras expostas no local.

Por quê? Basicamente os motivos são dois. O primeiro deles é a falta de divulgação por parte da Secretaria Municipal de Cultura de PG sobre os eventos que fizeram parte da Semana, principalmente a Invasão Poética. Para saber o que acontecia no evento, o interessado tinha a disposição apenas um pequeno papel no mural da Biblioteca.




Por outro lado, a população não pode reclamar que não teve informação alguma. E aqui está o segundo motivo. Quem tivesse o real interesse em ver e participar dos eventos da Semana poderia buscar como fonte o site da Prefeitura de Ponta Grossa, por exemplo. Até mesmo aqueles que notaram a presença de algo diferente na Biblioteca Municipal e, talvez, não encontraram tempo para ler as poesias presentes no 'varal' da Biblioteca.




Enquanto a maioria da população pontagrossensse não deu muita importância ao que acontecia na Invasão Poética, os alunos de algumas escolas municipais e estaduais (da cidade) aproveitaram para ter contato com as obras de poetas como Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Pedro Bandeira e Ferreira Gullar. Uma iniciativa das secretarias de Educação e Cultura de Ponta Grossa que deve ser elogiada, já que os estudantes não só viram como também participaram da Semana de Poesia, através das declamações, contribuindo com a expressão oral das crianças e adolescentes que acompanharam o evento.

Sebastião Neto


Serviço:

Atividade: 4ª Invasão Poética

Data: 16 a 20 de março

Promoção: Secretarias Municipais de Cultura e Educação

Atividade inserida no projeto Poesia de Ponta

Locais: Biblioteca Municipal Bruno Enei, Escolas, Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), empresas do comércio e da indústria, espaços oficiais e alternativos, terminais de transporte coletivo

Horário: das 9:00 às 18:00



Caverna Olhos d’Água encanta visitantes aventureiros



Turismo Alternativo:


A região dos Campos Gerais possui muitos atrativos turísticos. Um deles é a Caverna Olhos d’Água que fica no distrito de Abapã, no município de Castro. São aproximadamente 48 km de distância do centro de Ponta Grossa até o local. O percurso de ônibus leva aproximadamente uma hora, numa estrada que mistura terra e asfalto. Não é possível chegar à entrada da Caverna com carro ou ônibus. É preciso descer antes e fazer uma caminhada de cinco minutos por uma trilha a céu aberto.




Quem vai à Caverna tem que estar disposto a se sujar, já que uma das entradas é um buraco estreito onde só é possível entrar rastejando. A formação, que possui 1.600 milhões de anos, tem no interior vários ‘salões’, câmaras, buracos estreitos e morcegos. A gruta tem altos e baixos, possibilitando em alguns momentos ficar em pé em salões com 10 metros de altura e apreciar a beleza da estrutura do espaço.

O Projeto Caverna existe desde 2003, e é coordenado pelo professor João Paulo Camargo, do curso técnico em Meio Ambiente mantido pelo Colégio Estadual Polivalente, de Ponta Grossa. Além de fazer um trabalho de educação ambiental nas escolas da Região, o projeto oferece um roteiro turístico-pedagógico para estudantes e interessados, já que não é recomendada a visita sem a presença de um guia. “Para 2009 pretendemos fazer todo levantamento técnico-científico da Caverna e normatizar a visitação com auxílio das escolas que a freqüentam”, afirma o professor Camargo.



Dicas – Recomenda-se o uso de um tênis resistente, roupas confortáveis e repelente. Levar roupa reserva e saco de lixo. São indispensáveis lanterna e capacete.


Gisele Barão



Serviço:

A Caverna está aberta para visitação diária. Acesso pela estrada PR 513.

Contato com o Projeto caverna para visitação com guia: http://site.pop.com.br/projetocaverna.utfpr – www.projetocaverna.blogspot.com

Fotos: Divulgação Projeto Caverna