17 de outubro de 2009

Instigando o leitor à crítica



A cada edição do Crítica de Ponta percebe-se um desafio maior para encontrar produções culturais diferentes das anteriores apresentadas. A dificuldade também está em estabelecer critérios de avaliação, dando credibilidade às análises feitas. O mais importante, entretanto, é deixar cada uma das observações explicadas para o leitor. Uma boa crítica, portanto, deve acima de tudo despertar o interesse pela reflexão e o argumento.

O texto da editoria ‘Na Tela’, por exemplo, equilibrou a contextualização das características do ‘Meu Paraná’ com a avaliação do conteúdo. Os comentários sobre a música e a seriedade da apresentadora fazem com que o leitor se atente para os detalhes do programa quando for assisti-lo. A crítica cumpre sua função de ir além da sua publicação, promovendo a curiosidade e o pensamento crítico também do espectador.

O mesmo não acontece com ‘Em Cena’, que trouxe nessa edição apenas a descrição da peça. Há a explicação do que é o monólogo, a mímica e a onomatopeia, entretanto pouco se sabe das emoções proporcionadas pela história, como o fato de não existir cenário afeta o espectador ou então o desempenho do ator.

As editorias ‘Outros Giros’ e ‘Livro Aberto’ se destacaram por abordarem temas comuns, mas com perspectivas diferentes. No primeiro caso, o autor tratou de um local que está no cotidiano dos alunos da UEPG, mas que é ignorado como ponto turístico. Ao criticar o uso do espaço como estacionamento, também convida o leitor a apreciar a Praça. Já com a crítica de Literatura, o texto é interessante por apresentar a temática infantil, pouco abordada nessa editoria. Além disso, proporciona um desafio para quem a escreve, já que espera-se que o autor se insira num universo totalmente diferente.

Ainda no quesito inovação, ‘Vitrola’ descreve o gênero, as influências e os locais que a banda Unborn Times toca, mas falta o essencial. O problema é não trazer avaliações sobre as músicas e nem instigar o leitor a pensar sobre as músicas (que estão disponíveis para ouvir aqui). A editoria, em uma avaliação geral, também poderia ser mais plural. Mais da metade trazem os gêneros de pop ou rock. Ao escolhermos temas diferenciados, não só satisfazemos o leitor, mas também nos desafiamos no papel de críticos.

Leticia Scheifer

16 de outubro de 2009

Bem-vindo ao mundo lúdico (e literário) de 'Chiquinho'






O mundo lúdico literário ganhou mais integrantes no dia 15 de outubro. A autora Marivete Souta lançou esta semana, no SESC Ponta Grossa, uma coletânea composta por quatro livros turma de “Chiquinho D’Alembebe e a Fada dos Dentes”. Os livros, voltados ao público infantil (crianças da educação infantil e primeiros anos do ensino fundamental), foram ilustrados por Rossana Barbisan Zinser, e viabilizado através da Lei Rouanet, de incentivo (por dedução fiscal) à Cultura.


A coleção é formada pelos livros “Chiquinho, um brasileirinho”, “O Saci” e “Chiquinho e o Cometa”. Junto com a coletânea está o livro “Fada dos Dentes”, com 35 poesias abordando diversas temáticas que envolvem o mundo infantil. Os livros serão distribuídos para todas as escolas da rede municipal de ensino de Ponta Grossa (PR) e também estão programadas apresentações de teatro de fantoches de Chiquinho D’Alembebe e a Fada dos Dentes nas escolas.

As poesias do livro “Fada dos Dentes” são simplórias, com rimas pobres e de fácil memorização, mas como é voltado ao público infantil desempenha bem sua função. Os temas das poesias sempre contêm (lições) morais com o intuito de educar os pequenos leitores. A parceria de Marivete com as ilustrações de Rossana ressalta o foco nas crianças de educação infantil. Todas as gravuras apresentam somente os traçados, não estão coloridos, permitindo que a criança pinte, explorando a imaginação, os personagens e situações presentes nos poemas.



A iniciativa da autora traz o hábito da leitura para o cotidiano das crianças, formando futuros leitores, que terão mais chance de expandir sua visão de mundo. Afinal, como dizia Monteiro Lobato, “um país se faz com homens e livros".

Claudia Alenkire

Serviço:

Souta, Marivete. Série Chiquinho D'Alembebe. Ilustração de Rossana Maria Barbisan Zinser. Ponta Grossa, 2009.

Um canto calmo e esquecido na UEPG



No meio do estresse da vida acadêmica, professores e alunos nem se dão conta de um belíssimo cenário à sua volta. A consequência disso é que locais como a Praça Santos Andrade, na frente do Campus Central da UEPG, acabam esquecidos pelas pessoas que passam por lá diariamente.


O espaço é um dos pontos mais arborizados do centro de Ponta Grossa. Mesmo nos dias mais quentes, uma leve brisa deixa o ambiente agradável e convidativo para alguns minutos de relaxamento. Apesar do clima tão favorável, são raras as pessoas que dedicam alguns dos seus preciosos minutos para relaxar no local.

A Santos de Andrade (Praça, quase 'estacionamento') é mais utilizada como “cartão postal”, sendo o ponto de referência da UEPG nas fotos que descrevem a Universidade. É uma pena que a praça seja mais utilizada nas fotos do que na realidade.


Durante o dia, o ponto ainda é usado como estacionamento para carros de alguns professores da Universidade. Uma decisão como esta dificulta a tranquilidade que o local transmite. Mas, já que ninguém tem tempo de ficar na praça para relaxar, porque não encher de carros no local? Talvez, para não mudar o cartão postal da UEPG. E é um espaço público!

Edgard Matsuki

Serviço:

Praça Santos de Andrade n°1

Fica na entrada do Campus Central da UEPG

Entrada: Gratuita

O renascimento do Rock nos Campos Gerais





É sempre bom saber que a diversidade está presente nos ambientes mais simples da vida cotidiana. Isso vale principalmente para um Brasil onde o que está na moda são músicas de apelo radiofônico, como o sertanejo e o funk. A moda, é claro, toma conta das cidades através de shows com a ampla execução de tais estilos.


Mas ainda existem bandas que escapam da uniformidade. Afinal a demanda também é grande para os grupos de rock. Um desses conjuntos é a 'Unborn Times'. Os Unborns prestigiam o bom e velho Rock, tocando em seus shows clássicos que vão de Led Zepplin a Black Sabbath

O som inflamado, do mais puro Rock and Roll feito pelos bons músicos da banda, faz com que os Unborns adquiram credibilidade em Ponta Grossa. O grupo faz show toda sextas-feira no Baviera (Bar, próximo ao Campus Central da UEPG). Além disso, a banda se apresenta em outros espaços (culturais) dos Campos Gerais e, eventualmente, na capital do estado.


Ao que tudo indica, os Unborns não parecem interessados em ser populares, ou “rostinhos bonitos” no meio musical. A banda também não tem interesse de viver da música, ao contrário, tocar nas noites é o hobbie de todos eles, que tem empregos paralelos ao trabalho como músicos. O que os 'Unborns' querem mesmo é ser lembrados como aqueles que fazem renascer em meio a sons comerciais, o bom e velho Rock de raiz.

Vanessa Huk

Serviço:

Unborn Times

Contato: Marino (vocalista) – 3233 3446 (Castro)/ 8408 6805

Fotos: Divulgação

Uma narração que mostra a história, e não apenas um relato



O espetáculo “A Descoberta das Américas”, que é realizado pela 'Companhia Leões de Circo Pequenos Empreendimentos', do Rio de Janeiro, foi apresentado no Cine-Teatro Pax de Ponta Grossa nesta última quinta-feira, 15/10, e marca o início do 37° Festival Nacional de Teatro (Fenata) de Ponta Grossa.





A peça é um monólogo – que, no teatro, quer dizer um espetáculo onde as falas são pronunicadas por uma única pessoa –, e conta a história da exploração das Américas pelos espanhois e o sofrimento dos índios, do ponto de vista de um camponês italiano chamado Johan Padan, interpretado pelo ator carioca Júlio Adrião.

Johan é um malandro que, fugindo da Inquisição, embarca em uma das caravelas de Cristóvão Colombo e, assim, passa a viver aventuras como sobreviver a um naufrágio, ser preso e quase virar o 'jantar' de índios canibais.

O diferencial de “A descoberta das Américas” é que, neste espetáculo, a imaginação do público é essencial. Isso porque a peça não conta com cenário, não tem troca de figurino e tampouco efeitos de luz e a reprodução eletrônica de sons. Com isso, surge um desafio para o ator e também para o público... ao artista porque deve atuar de maneira que o público consiga imaginar os lugares, as pessoas e as situações.

Um dos elementos usados pelo ator para proporcionar a imaginação da história nos espectadores é as onomatopéias (figura de linguagem na qual se imita o som com palavras) e mímicas (arte de expressar os pensamentos em gestos). Com isso, o mar e o seu som, o navio e o barulho que faz na água, os sons produzidos pelos animais e pela floresta estão presentes no palco. Outro detalhe da peça é que Júlio não interpreta apenas Johan, mas também animais como peixes, cavalos e galinhas e também índios, espanhois, Jesus e Madalena.



O espetáculo, que é baseado no livro escrito em 1992 “Johan Padan alla Descoverta delle Americhe” do italiano Dario Fo, pode ser considerado uma obra que vai muito além de contar a história da colonização. “A descoberta das Américas” realmente mostra a história ao espectador.

Mônica Bueno

Serviço: Espetáculo “A descoberta das Américas”

Duração: 1h30min

Classificação etária: 14 anos

Local: Cine-Teatro Pax

Horário: 20hrs

Data: 15/09/09

O Fenata acontece entre os dias 5 e 12 de novembro. Ainda não há programação em edital.

Mais informações: http://www.uepg.br/fenata/

Fotos: Mônica Bueno

Na TV aberta, um pouco de Paraná





A programação da Rede Globo possui um conteúdo que, entre jornalismo e entretenimento, por vezes desconsidera os regionalismos e torna-se adaptável às filiais da emissora em todo o Brasil. Com a Rede Paranaense de Comunicação (RPC) não é diferente. É pouco o tempo dedicado a uma programação produzida no Paraná e que trate de assuntos do estado. O “Meu Paraná”, exibido todo sábado ao meio dia, objetiva justamente focar em temáticas paranaenses. Mesmo com um formato meio “quadrado” se comparado ao Plug!, outro programa da RPC, o 'Meu Paraná' cumpre com o prometido.



O programa é apresentado pela jornalista Dulcinéia Novaes. Com um tom sério, ela parece sempre estar na bancada de um telejornal, ao invés de conduzir um programa que deveria ser mais “leve”. O “Meu Paraná” dura de 15 a 20 minutos, o que dá a impressão de que o programa existe apenas para preencher um pequeno espaço que faltava para completar a programação.

Na edição do dia 10 de outubro, o tema era os 100 anos do Coritiba Futebol Clube. O jornalista Gil Rocha, que possui experiência no meio esportivo, fez uma reportagem completa. Entrevistas com torcedores, vídeos antigos do clube e gravações num estádio de futebol deixaram o programa informativo e atraente.



A trilha sonora é uma parte interessante do programa. Geralmente as músicas escolhidas combinam com o tema da reportagem, mas em determinados momentos elas são colocada em volume muito alto, e mal se pode ouvir a voz do narrador. O “Meu Paraná”, em geral, é um programa agradável, mas que poderia aproveitar melhor o pouco tempo que tem. Mudar o ritmo da apresentação ou a abertura do programa são algumas sugestões. Inovar não faz mal a ninguém.


Thalita Milan

Serviço:

Exibido todo sábado ao meio dia pela RPC (a filial de Ponta Grossa é a TV Esplanada). Canal aberto.

Apresentação: Dulcinéia Novaes.

Editor: Norberto Oda.

Fotos: Divulgação.