4 de julho de 2009

Análise de um ciclo que se fecha


Nesta semana, o blog Crítica de Ponta fecha um ciclo. Metade da nossa missão como redatores do blog (que é de grande utilidade no nosso aprendizado) está cumprida. Mais do que marcar a metade de um caminho, o fim do semestre é uma grande oportunidade para se fazer uma reflexão sobre que rumos do blog, que busca se tornar referência de crítica cultural nos Campos Gerais.

Em uma aula de Crítica de Mídia, o professor Sérgio Gadini fez uma definição das “fases” que a nossa página atravessou até hoje e quais são os desafios do blog. “Começamos com pouca crítica e mais descrição, agora estamos em um momento com mais comentários, mas ainda com descrição. O desafio do blog é chegar a uma terceira fase, onde teremos a apreciação dos produtos culturais da cidade”, afirmou o professor.

Nesta semana, percebe-se que ainda estamos em uma fase na qual descrições se confundem com comentários sobre o produto criticado, como nos textos das editorias Outro Giros e Projetor, que fizeram descrições interessantes, mas deixaram a desejar na apreciação sobre os produtos. O texto da editoria Entre Linhas é um bom exemplo da crítica se sobrepondo a descrição. Será a chegada à terceira fase do blog?

O Crítica de Ponta é uma dos poucos espaços na UEPG onde os estudantes podem escrever um texto que foge dos padrões tradicionais do jornalismo. Porém, poucos textos do blog tentam ousar na forma de serem redigidos. Ousadia encontrada nos texto das editorias Livro Aberto e Em Cena, que buscaram destacar elementos que muitas vezes passam despercebidos pela maioria das pessoas.

Ficaremos cerca de um mês sem postagens na nossa página. Este período servirá para refletirmos no que acertamos e erramos em nossa caminhada até hoje. Servirá para analisarmos onde queremos chegar com o Crítica de Ponta e que rumos tomamos até o momento. Podemos refletir sobre a utilidade dos comentários do blog e como divulgar a página na web para aumento de visitas. Aliás, alguém sabe quem lê nosso blog?


Edgard Matsuki

Em PG, muitos filmes para quase ninguém





Quer fazer uma viagem pelo universo cinematográfico e debater os filmes assistidos? Ponta Grossa conta com três projetos variados de exibição de filmes, que levam o espectador a conhecer as mais diferentes formas de cinema existentes. Sejam bem vindos às sessões do "Tela Alternativa", "Quinta no Cinema" e "Cine Arte".



Além da exibição de películas que fogem dos padrões hollywoodianos, as sessões contam com debates que visam a fomentar a relação entre o público e a obra assistida, dando possibilidade ao espectador de expressar seu pensamento crítico. Os debates são normalmente coordenados por professores ou pessoas ligadas tematicamente ao material apresentado, o que tende a contribuir para um melhor entendimento e aprofundamento das questões tratadas nos filmes.

Enquanto o "Tela Alternativa" trabalha com a idéia de visitar todas as escolas cinematográficas e variações visuais como a exibição de videoclipes, "Quinta no Cinema" e o "Cine Arte" possuem conteúdos mais específicos. O primeiro é focado na apresentação de filmes com temáticas adultas. Enquanto o segundo trata apenas de curtas e longas metragens nacionais. A baixa qualidade de alguns filmes exibidos nas sessões do "Cine Arte", talvez seja o principal problema existente dentro dessas mostras.



Mas o grande problema mesmo é a carência de público, que insiste em manter algumas sessões praticamente vazias (principalmente as do "Quinta no Cinema"). A prova de que não faltam espaços para bons filmes, mas falta interesse do público em presenciar tais exibições.

Cleber Facchi

Serviço:

Tela Alternativa

Toda terça-feira a partir das 19h30min

Próxima sessão: A Hora do Lobo – Ingmar Bergman

Excepcionalmente nessa segunda-feira, 06 de julho como sessão extra.


Quinta no Cinema

Sempre às quintas-feiras a partir das 19h30min

O projeto entra em férias e retorna as atividades em agosto


Cine Arte

Organizado quinzenalmente sempre aos sábados a partir das 17h00min

Próxima sessão: Aldeia – Geraldo Piolo (2000)

Dia 01 de Agosto.


Todas as sessões são exibidas no auditório B do Cine Teatro Opera

Rua: XV de Novembro 452/468

Ponta Grossa - Paraná

Museu Época guarda pedaços da história

O "Museu Época" apresenta-se como uma alternativa para fazer uma viagem pela história, não apenas da cidade de Ponta Grossa (onde está localizado), mas de várias partes do Brasil. Consiste num espaço onde a mistura e a diversidade das peças em exposição guardam as respectivas formas e apresentações de suas devidas épocas.



Tudo dá a sensação de retorno ao passado, até mesmo o prédio que abriga o museu atualmente, pois foi construído por volta de 1880 e apresenta estilo arquitetônico “Art Noveau”. O museu está situado no centro da cidade, perto da catedral Sant’Ana, na rua Roosevelt, nº 56.

A miscelânea de artigos expostos pode causar confusão no visitante pela falta de conectividade entre os temas, como animais empalhados próximos a câmeras fotográficas e peças sacras. Entretanto, a raridade dos artefatos compensa a ligeira desorganização e a breve camada de poeira que, aos poucos, recobre o ambiente.



O acervo do museu apresenta algumas curiosidades, com destaque para a coleção de moedas antigas, sendo duas de ouro, datadas de 1720. No "Época" também se encontram espadas, armas, máquinas de escrever e uma cozinha em estilo colonial, com direito a pilão, lamparina e caldeirões. Há também a exposição de uniformes e apetrechos usados por soldados na 2ª Guerra Mundial. E para quem acha que museu é só lugar de velharia entulhada, vai se surpreender ao encontrar no quintal do "Época" um parquinho para crianças e alguns animais soltos, como galinhas e patos. Vale uma visita!

Gisele Manjurma


Serviço:

Localizado atrás da Catedral Sant’Ana, na Praça Roosevelt, 56.
Fone:(0xx42)223-1877
Horário de Atendimento:Segunda à sábado, das 08:00 às 18:00.
A entrada é franca.

Fotos: Gisele Manjurma

Um olhar jornalístico sobre a arte



Luz, a característica principal do teatro. Humor, parte da essência da arte cênica de Bertold Brecht. Os dois elementos se mostraram de forma incipiente na apresentação da peça "A expulsão do demônio", na última terça-feira, 30 de junho, no auditório da UEPG, no centro de Ponta Grossa.



A peça apresentada por alunos do curso técnico em artes cênicas do Colégio Estadual Senador Correia, mostra um cenário simples (apenas um banco), luz única em tons e efeitos e atores principiantes, mas crédulos da boa arte que faziam, apesar do nervosismo escancarado.

A cortina se abre para atores de todas as idades, que faziam cenas de briga e de alegria com a mesma ingenuidade e expectativa que um jornalista faz sua primeira matéria a ser publicada. O que não exime a arte de qualidade. Percebem-se técnicas cumpridas rigorosamente e, por vezes, um olhar preocupado da professora que os avalia, da platéia.


Ao fundo da peça toca uma MPB, não tão urbana, para ilustrar o cenário caipira do espetáculo. Era tudo simples, mas bonito. Lamentável que a apreciação do teatro seja rara no país, talentos ficam escondidos aprendendo quase que para si mesmo a importância da obra de Bertold Brecht.


Beatriz Bidarra


Serviço: Curso técnico em arte dramática-ator cênico.

Local: Colégio Senador Correia.

Duração: 18 meses

Aulas: De segunda à sexta, das 19h às 22h.

Matrículas abertas até dia 23\07\09.

Requisito: Ensino médio completo.

Gratuito.

Telefone: 3224-14-58

Um rock de garagem


Para os amantes dos clássicos do rock dos anos 1970, como Elvis Presley e "The Beatles", a banda 'Casa 2' é uma opção atrativa. No último dia 27 de junho, a banda ponta-grossense agitou o circuito da festa “Rehab 2”, realizada no snooker bar 'Bola 13', no centro de Ponta Grossa.



A banda mostrou seu repertório de músicas em cerca de uma hora e meia de apresentação. Além dos clássicos, embala músicas de bandas recentes do rock internacional como "Oasis", "The Strokes", "The Killers" e "Franz Ferdinand", além de músicas nacionais, contemplando o som de "Barão Vermelho", "Bidê ou Balde" e "Mutantes".

Além de fazer o público dançar e cantar junto, os integrantes da 'Casa 2' atenderam pedidos da platéia e o guitarrista, interagindo com o público, tocava no meio da pista de dança. A banda iniciou sua trajetória em janeiro de 2005 com Rafael Rauski e Rodrigo de Barros e a formação atual conta com os músicos Eduardo Sebben, Rafael Michelato e Chris Quimelli.



Essa rapaziada já ultrapassou as fronteiras brasileiras, divulgando o trabalho da banda na Ciudad del Este, Paraguai. Merecem destaque em Ponta Grossa, já que fazem de um ambiente com pouco espaço e estrutura, como o 'Bola 13', uma boa pedida para uma noite de sábado na cidade.


Cintia Amaro

Serviço:

www.myspace.com/casa2pr

Contato para shows da banda Casa 2: "Road To Freedom" - Booking and Management - (45) 3527-1667 ou (45) 9912-1170 ou ainda

Apriori Eventos e Cultura - (42) 9908-0449

apriorieventos@gmail.com

rodrigodebarros@hotmail.com

Bola 13 – Rua Dr. Penteado de Almeida, 608

Literatura com cheiro de nostalgia



Onde achar um bom livro? Nada melhor que uma biblioteca. Lá pode ser encontrado o livro “O Vôo da Pombinha” de Eno Theodoro Wanke, escritor ponta-grossense. A edição de 1964 começa com uma introdução do próprio poeta contando a magia que foi escrever o pequeno poema. E finaliza com uma história sobre a cidade, que vai de 1820 a 1964. Fala como surgiu, pessoas importantes da época e eventos significativos para Ponta Grossa. Outra coisa interessante no texto é perceber a gramática que se usava na época. Ver ‘boca’ escrita com acento circunflexo (bôca) não é muito comum hoje em dia.



O cheiro de livro velho e as páginas soltando trazem para o leitor certa nostalgia. O poeta conta que produziu o poema quando estava na 3° série do ensino fundamental e morava em Santos/SP. Diz, para sua professora, da saudade que sente de Ponta Grossa e como o vôo de uma ave ajudou a definir o local da igreja da cidade. As palavras são simples, mas é o que se espera de uma criança de nove ou dez anos.

No livro o autor comenta que o poema foi traduzido para varias línguas. O que chama atenção é que Wanke fez questão de colocar todas traduções na sua obra. Para ter uma ideia, até para o tupi-guarani foi traduzido.


Ler um livro que na época era tratado como atual e andar por Ponta Grossa hoje e perceber que as mudanças que aconteceram desde 1964 são muito significantes. E faz pensar o que as pessoas vão pensar quando lerem textos, quem sabe escritos para esse blog, daqui a 50 anos.

Juliana Cardoso

Serviços:

O Voo da Pombinha
Autor: Eno Theodoro Wanke
Edições Plaquette - 1964
Biblioteca Central da UEPG
981.62 - w247
100 páginas

O esporte local em foco

É difícil conseguir mostrar todos os eventos esportivos e falar de todas as modalidades em apenas um programa. Outra dificuldade é um espaço maior ao esporte local na mídia, que não seja apenas mostrando campeonatos realizados. O programa "Cia do Esporte", da TV Vilha Velha, apresentado por Ben Hur Chiconato, demosntra um diferencial da grande ênfase ao esporte nos Campos Gerais, não dando atenção somente ao futebol, mas falando das mais diversas modalidades esportivas. O programa traz assuntos que contribuem para que se tenha um esporte melhor na cidade, divulgando e incentivando os atletas. Não somente mostrando eventos, mas apontando alguns problemas encontrados no esporte local. Pode ser definido também como um resumo semanal do esporte nos Campos Gerais.



O apresentador do programa é também o repórter, ficando a cargo dele a elaboração das matérias. O que torno o Cia do Esporte um pouco sistemático, pois na maioria das vezes é sempre Chiconato quem chama a matéria e, no fim, faz um comentário. Se houvessem mais participantes, a apresentação seria mais dinâmica. O interessante é convidar mais vezes especialistas e atletas para dinamizar o programa, debater o esporte e não deixar os comentários voltados somente ao apresentador.



O mais interessante é que o programa dá grande espaço ao esporte local, que muitas vezes falta em outras emissoras, trazendo informações das mais diferenciadas modalidades, não se atendo somente ao futebol, que é a modalidade que mais aparece na mídia.


Cristhian Teixeira



Serviço: Programa Cia do Esporte - TV Vila Velha (canal 16). O canal é do sistema a cabo da cidade.

Segunda-feira ao vivo às 21 horas, com reprises na terça e quarta-feira, ás 13 horas.

Fotos: ciadoesporteddf.blogspot.com

No ar, um amigo do rádio



O rádio costuma trabalhar com uma linguagem simples. O objetivo é atingir espectadores de diferentes classes sociais e possibilitar que o ouvinte realize outras atividades enquanto escuta as notícias.

Na emissora AM 1130, o programa "Repórter Policial" busca informar a população castrense sobre os fatos do dia. José Carlos Milczwski, conhecido na cidade como “Zé da Cuia”, é o responsável pelo programa. O apresentador não tem nenhuma formação superior e hoje ocupa uma das vagas da Câmara Municipal de Castro.


O programa é classificado pela emissora como noticiário/policial e vai ao ar de segunda à sexta, do meio-dia às 13:30h. Os ouvintes participam e expõem os mais diversos problemas. Além dos relatos dos boletins de ocorrências, brigas familiares e queixas com serviços públicos são freqüentes no programa.

Ao ouvir o programa torna-se visível a falta de elaboração de um roteiro. Assuntos inapropriados para o horário são debatidos e erros durante a divulgação das informações são frequentes. O locutor Zé da Cuia está acostumado a preencher o tempo de seu programa com a leitura do jornal local "Página Um", sem qualquer mudança no texto original. Mesmo com todos os problemas do programa, a produção possui audiência considerável, pois para conseguir seu cargo de vereador a rádio foi importante.



O programa "Repórter Policial" representa uma ligação intensa com a população. A solução dos problemas dos ouvintes através de reclamações feitas pela rádio é uma das explicações para tamanha confiança e credibilidade dada ao locutor.

Mariane Lopes

Serviço: Rádio Castro – AM 1.130 Khz

Programa Repórter Policial

De segunda a sexta das 12h as 13h30

http://www.radiocastro.com.br/

Jornalismo com cara de publicidade


A revista "D'pontaponta", que circula em Ponta Grossa há 20 anos, trata basicamente de personalidades de Ponta Grossa. As entrevistas, geralmente com empresários, servem como autopromoção. Além disso, as campanhas publicitárias ocupam a maioria das páginas.



Apesar do excesso de propagandas, a revista atrai pelos textos de Miguel Sanches Neto, principalmente quando se refere ao cotidiano ponta-grossense. A editoria de cultura, "Mundo Pop", se destaca pelas recomendações de livros, filmes e discos. Ainda assim, peca pela utilização de rótulos e termos que exigem do leitor um conhecimento prévio sobre o assunto, quando poderiam estar brevemente explicados.

Na edição do mês de junho, por exemplo, ao se referir a bandas paranaenses, o responsável pela editoria apresenta expressões como “punk-glam acaipirado”, “pop ensolarado” e “hardcore pseudo-alternativo”. Além disso, quando cita movimentos como “grunge”, “novo rock inglês” e “pós-rock”, o autor não caracteriza tais estilos. Partir do princípio de que o leitor conhece tais movimentos é um equívoco no jornalismo!



Quatro páginas da revista são dedicadas à coluna social. O espaço poderia ser aproveitado com reportagens de interesse público que caracterizassem melhor os ponta-grossenses, ao invés de apresentar textos que atingem um grupo reduzido de pessoas. É o que se percebe na editoria “Só delas”, quando a jornalista sugere que comprar roupas de grife “é o máximo”. D'pontaponta é uma revista para quem gosta de futilidade e uma dose pouco generosa de cultura, informação e entretenimento.


Gisele Barão


Serviço:

D'pontaponta – Revista mensal

Tiragem: 5.000 exemplares

Distribuição gratuita.

Onde encontrar: Farmácia Fleming (Rua do Rosário), 100% Vídeo, Letras Mega Store, Panificadora Brioche, Panificadora Deguste, Sebo Cultural (Rua XV de Novembro).

Site: www.dpontaponta.com.br

Crédito Fotos: Leticia Scheifer