21 de novembro de 2009

Sonoridade com as mãos, faça chuva ou faça sol


Em meio a raios e à chuva, o palco para a apresentação do concerto de Arthur Moreira Lima estava instalado em frente ao Shopping Palladium, no parque ambiental. Toda a estrutura foi planejada para um espetáculo ao ar livre, mas parece que a organização do evento não considerou a possibilidade de chuva. Ainda assim, ao sentir os pingos, parte da platéia se deslocou até a cobertura da antiga estação rodoviária, enquanto outros (poucos) simplesmente abriram seus guarda-chuvas e permaneceram sentados nas cadeiras onde estavam. Além disso, a organização deixa a desejar ao permitir uma hora de atraso (o espetáculo estava marcado para começar às 20:00 e começou às 21:00).

O recheado currículo do pianista garantiu uma apresentação magnífica. Lima ganhou reconhecimento após participar dos Concursos Chopin (Varsóvia), Leeds (Inglaterra) e Tchaikovsky (Moscou), iniciando uma carreira de turnês internacionais. Ao tocar composições de Bach, Mozart, Ernesto Nazareth, entre outros, não resta dúvida quanto a habilidade do músico. Aos ouvidos de quem não é do meio, os erros parecem não existir e, se acontecerem, ficam imperceptíveis.

Outra prova da capacidade de Lima pode ser percebida durante a sua versão de Asa Branca. O pianista mantém apenas um trecho de fácil identificação da canção original e transforma o restante. Como última música do repertório, o Hino Nacional (brasileiro) fecha a apresentação. Do começo ao fim, a platéia arriscou chegar mais perto do palco, mas voltava à cobertura logo quando a chuva engrossava. De qualquer maneira, o público continuou ali para prestigiar o pianista.

Jennifer Ann Thomas

Serviço: Arthur Moreira Lima Jr, pianista erudito brasileiro.
O concerto foi feito ao ar livre em frente ao Shopping Palladium no dia 19 de novembro de 2009. Entrada franca.
Fotos: divulgação.

Vende mais porque é sobre vampiro ou é sobre vampiro e por isso vende mais?


O que leva 736 pessoas esperarem mais de cinco horas na fila do cinema de Ponta Grossa para ver um filme á 00:01? O que faz uma pré-estréia precisar de um horário extra porque o primeiro estava com as salas lotadas um dia antes? E o que leva as pessoas saírem das suas cidades, a exemplo de um pessoal de Imbituva, só para assistir ao filme logo no seu primeiro dia? A estréia mundial do filme 'Lua Nova', que é o segundo filme da saga Crepúsculo, uma adaptação dos livros de Stephenie Meyer, foi o que levou tantas pessoas ao Multiplex do Shopping Palladium, em Ponta Grossa, na noite de quinta/sexta-feira, 19/11/09.

'Lua Nova' se revela como o filme mais depressivo da série de quatro livros. Nele, Edward abandona Bella que, frustrada e triste pelo fato do amado lhe deixar, fica em perigo propositalmente, na esperança que Edward apareça. Diferente de Crepúsculo, 'Lua Nova' traz a formação de um triângulo amoroso formado por Bella, Edward e Jacob Black, uns dos lobisomems do filme.

Com um roteiro previsível e insosso, o diretor Chris Weitz tenta salvar a trama colocando mais ação e dinamismo do realmente o filme teria, se seguisse o livro fielmente. Exemplo disso são as brigas de Edward e Jacob e também o momento em que Jacob se transforma na frente de Bella e a salva de um vampiro. Em 'Lua Nova' a ação fica por conta das cenas de brigas entre lobisomens e vampiros.

Apesar da maquiagem do filme ainda se mostrar amadora, os efeitos especiais de Lua Nova melhoraram com relação a 'Crepúsculo'. Porém, ainda falta muito para chegar ao nível das séries 'True Blood' e 'The Vampires Diaries', que tem o mesmo tema de Stephenie Meyer. Uma desculpa para tantas falhas pode ser o baixo orçamento (para os padrões da indústria do cinema mundial) com que o filme contou. Na produção de Crepúsculo foram investidos 37 milhões de dólares e em Lua Nova 50 milhões.

Mesmo com as falhas e a história previsível da saga Crepúsculo, o primeiro filme rendeu 10 vezes mais que o valor utilizado para produzi-lo. A julgar pela pré-estréia em Ponta Grossa, 'Lua Nova' tem tudo para arrecadar tanto quanto Crepúsculo. E aí fica a pergunta, por que não sendo definitivamente o melhor na temática vampiresca a saga de Stephenie Meyer consegue tanto sucesso? Será que é boa porque fala de vampiros? Ou fala de vampiros e por isso é boa?


Mônica Bueno


Serviço:

Lua Nova
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Dakota Fanning, Ashley Greene,
Classificacao: 12 anos
Sala: MULTIPLEX
Programação:
20 a 26/11 DUBLADO
SEX SAB DOM QUA 14:00 16:30 19:00 21:30
SEG TER QUI 15:30 19:00 21:30
20 A 26/11 LEGENDADO
SEX SAB DOM QUA 14:30 17:00 19:30 22:00
SEG TER QUI 16:00 19:15 21:45

Técnica ruim, mas uma iniciativa regional


A teledramaturgia ‘capenga’ do programa 'Casos e Causos', da TV Aberta, têm duas características cruciais. A primeira delas é a tentativa de representação regional através de séries - capítulos independentes veiculados uma vez por semana. E a segunda, por outro lado, é a produção técnica amadora, que deixa a desejar.


Em geral, o programa tenta apresentar histórias cotidianas. Porém, as atuações e produção são razoáveis e não conseguem garantir a audiência da programação, considerando que também perde público por passar nas madrugadas de domingo, um horário não (tão) nobre na programação televisiva.

A série, talvez por todos esses motivos, fica abaixo do nível de outras programações. Por exemplo, quando é comparada ao programa 'Curtas Gaúchos', da RBS TV, em que a qualidade de filmagem e produção em geral de curtas-metragens produzidos no Rio Grande do Sul é bem melhor e mostram como a produção regional pode ser valorizada e viável. Claro que o programa rio grandense veicula as filmagens caracterizadas com menos de 30 minutos há mais de 10 anos e as produções são de diversos diretores.


Em 'Casos e Causos', o requisito falta de experiência é perceptível, pois o elenco não é formado de atores profissionais ou que atuam na área. Assim, a impressão que se tem ao assistir as histórias semanais é de que estão brincando de representar personagens, de maneira forçada. Mas não deixa de ser uma tentativa e também uma esperança para que as produções de temas regionais cresçam e se aperfeiçoem. Dessa forma, é possível formar um público alvo que assista, comente e entenda que é possível produzir teledramaturgia, no caso, nos Campos Gerais.


Camila Engelbrecht


Serviço:

Séries / Drama

Nome Original: Casos e Causos

Elenco: Ricardo Tozzi, Danton Mello, Erika Evanttini, Humberto Martins, Taís Araújo, Antônio Calloni, Thiago Fragoso

Classificação: Programa para jovens e adultos

Fotos: Divulgação

Porções baratas em bar/restaurante de PG!


Os bares de Ponta Grossa oferecem diversão, boa música e várias opções de bebida. Mas quando o objeto de desejo é aquela porção pra acompanhar, muitas vezes pesa no bolso. Os pratos são pequenos e os preços, às vezes, não valem a pena. No entanto, isso não acontece na Companhia do Espeto, da Avenida München, centro de Ponta Grossa.


Com preços mais em conta do que a outra filial do centro e que os demais concorrentes, a Cia do Espeto da München serve de (quase) tudo. Aperitivos, doses, pratos feitos, lanches, canecos e macarrão. O estilo da decoração não é definido, assim como a comida. O ambiente é escuro, com música no telão e novelas em uma TV. Não dá pra saber se é um bar ou restaurante. Mas além da variedade, o que compensa ali é o preço e a quantidade. Enquanto em outros lugares, por exemplo, a porção de batata frita varia entre R$ 8 a R$ 10, na Cia do Espeto, não passa de R$ 5.


Mesmo com bons preço, a estrutura do local deixa a desejar. A entrada não é convencional, sendo que o caminho até as mesas passa pela cozinha. O cheiro de cerveja (azeda) é reconhecido logo no começo e o cigarro era liberado até a semana passada (agora existe a lei antifumo). Apesar da comida realmente boa, é complicado ir à Cia do Espeto nos finais de semana. A não ser que queria treinar a paciência. Um mesa demora horas e um pedido... séculos!

Yana Fortuna

Serviço: Cia do Espeto Av. München - Bonifacio Vilela. Aberto todos os dias a partir das 19 h.
Estacionamento próprio na R. Sete de Setembro.

O jornal impresso, no dia seguinte


Para onde vai o jornal de ontem depois que as informações contidas nele já foram substituídas pela nova edição do dia? O que fazer com aquele pedaço de papel depois que o conteúdo impresso já foi absorvido?

Muitos abordam o jornal como produto de uma vida útil muito curta. Após informar, o impresso deixa de ter valor. Sendo assim, passa a ser algo perecível no tempo.


Porém, em alguns lugares de Ponta Grossa e do mundo a realidade é outra. Mercados, mercearias, papelarias e donas de casa dão outro destino para esse produto, superando sua vida útil de 24 horas.

Nas mercearias e mercados a utilidade do jornal é impressionante! No fundo das prateleiras de frutas e verduras adivinha quem está forrando as bandejas? O jornal. Já nas papelarias o jornal é muito bem empregado! Como? Sendo suporte para enrolar cartulinas e folhas de papel sulfite. Para as donas de casa a dica é certeira e resolve alguns problemas com frutas que não estão no ponto para ser consumidas: “para amadurecer as frutas é bom enrolar no jornal".


Como pode ser visto, a adaptação de como utilizar o jornal chama a atenção. Será esse o futuro do impresso já que a tiragem dos jornais e a leitura da população é baixa? Fica aqui o destaque ao jeitinho não só ponta-grossense e nem brasileiro, mas mundial, de lidar com o impresso.

Daniel Petroski


Serviço: Jornal Foca Livre (foto) é uma produção dos aluno do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com distribuição gratuita.

Fotos: Felipe Liedmann

Almoço na fazenda com o programa (radiofônico) 'T de Prosa'


Marcílio Luiz, Coronel Juvêncio e Dona Quitéria preparam o almoço na Fazenda do Riachão, de segunda a sexta-feira, no 'T de Prosa', da Rádio T, FM 99,9. O programa sempre tem um convidado especial, como fonoaudiologos e zootecnistas, que discutem um assunto específico da área. Por exemplo, o 'T de Prosa' do dia 19 de novembro tratou do cão-guia, numa conversa com a zootecnista Bárbara Bairros.

Para o ouvinte, seria atrativo uma diversidade mais ampla de temas. A entrevista não esgota o assunto com seriedade, o que abre espaço para divagações sobre a alimentação de animais em zoológicos e cenas do filme 2012.

Um espaço importante do 'T de Prosa' é o momento destinado aos ouvintes. Marcílio expõe comentários e o especialista responde questionamentos do público sobre o tema. O cenário é satisfatório na ambientação de uma fazenda. Coronel Juvêncio e Dona Quitéria têm sotaques típicos do sítio. Ruídos de animais, talheres e pratos estão presentes no programa todo.


Com a intenção de representar uma refeição casual, 'T de Prosa' exagera nos comentários de culinária, como os pratos que Dona Quitéria preparou, se o entrevistado gostou da refeição e a espera pela sobremesa. O almoço na fazenda do Riachão continua até 13h15min, mesmo que o ouvinte já tenha terminado sua refeição.

Giovana Celinski


Serviço:

T de Prosa, de segunda a sexta-feira, às 12 horas

Rádio T, FM 99,9

Rua Ermelino de Leão, 1055 – Centro – Ponta Grossa – PR

fone: (42) 3220-9000

fotos: www.radiot.com.br

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Um estímulo aos futuros jornalistas


Crônicas. É o nome do livro dos alunos da 3ª turma do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, desenvolvido no ano de 1988/1989. Um livro cheio de histórias contadas pelos acadêmicos, com a orientação do Professor Laertes Larocca, que foca nas impressões do que acontece no cotidiano.


Uma iniciativa do Professor Laertes que, na época, usava tais textos/crônicas para “ativar” a percepção dos alunos. As crônicas realizadas no livro descrevem o que os alunos sentiam, suas experiências dentro e fora de sala de aula.

Na abertura do livro, Laertes deixa claro que os textos são de alunos que iniciam sua prática em escrever e evidentemente encontram-se algumas falhas. Algumas crônicas chamam a atenção como a “Noite de Natal”, de Edson Ezair Pontes, que descreve um menino de rua que observava pelas janelas de casas famílias trocando presentes e a mesas de doces, mas que passaria mais um dia de fome e frio como nos outros.

Outra Crônica, “O dia em que almocei com Chico Buarque”, de Rosemeri Pires Mazzardo, que conta que esbarrou em um homem e levou um susto enquanto se escondia do mau tempo em uma loja, desmaia e quando acorda está no hospital com Chico Buarque e almoça com ele. Porém, tudo não se passava de um sonho.


Vale ressaltar a percepção dos alunos quanto às experiências do dia-a-dia com seu ótimo vocabulário diferenciado e modo de escrever as crônicas, descrevendo a cada detalhe do fato.

O livro tem 20 crônicas escritas pelos alunos. Uma oportuna iniciativa do Professor Laertes Larocca que contribui na formação dos futuros jornalistas a perceber o que acontece no cotidiano, sem contar a força de vontade naquela época dos alunos em participar do projeto.

Thiago Copla


Serviços:

Edição revisado pelos alunos do 5ª período de Jornalismo / 1989

Realizado em Parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa

Nome: Crônicas

3º turma de Comunicação Social – Jornalismo

Iniciativa Professor Laertes Larocca

Realizado em 1988 e lançado no ano de 1989.

Onde encontrar: Biblioteca Prof º Faris Michaele, na UEPG Central.

20 de novembro de 2009

Bons e maus começos


Com o ano letivo se aproximando do fim, é possível ter uma visão mais aprofundada a respeito da função prática desse blog através das várias edições postadas até então. A atividade dos estudantes do segundo ano de jornalismo revelou-se bastante satisfatória, a agenda cultural da cidade de Ponta Grossa foi e continua sendo muito explorada no decorrer de cada semana. A ousadia na escrita e a elaboração de títulos mais sofisticados são fundamentais para atrair o leitor que nem é Jornalista, não faz parte do nosso rol de amigos, e desconhece a função prática de um crítico de mídia.

Os alunos puderam apresentar e ao mesmo tempo serem apresentados a uma cidade que julgavam não possuir vida cultural útil. E entre tombos nas repetições de palavras, desvios na falta de tempo e certa relutância de escrever um texto que fugia aos padrões conhecidos até então, chegamos a novembro. Mas a pedra no meio do caminho dessa edição pode ser associada a falta de criatividade e maior dosagem apreciativa na maioria das críticas oferecidas.

A autora de ‘Visões da infância em uma peça adulta’ não fugiu da descrição em seu texto, podia ter abordado outros aspectos da peça (que oferecia vastos conflitos existenciais), mas se deteve nos problemas técnicos da apresentação e pouco evoluiu na crítica proposta. Em “Para sair da rotina radiofônica” a própria autora não conseguiu sair da rotina que sugeriu, o texto ficou monótono e pouco contribuiu para informar e interessar um novo leitor. ‘ Tito e o chopp à moda antiga’, também demonstrou pouca originalidade, principalmente na abertura da redação, entretanto, o valor histórico que surgiu no decorrer das linhas compensou o leve deslize do ‘abre’. Vale novamente pensar no nosso leitor. Será que realmente ele seguiria a leitura até o final para descobrir por que a chopperia do Tito não faz questão de atrair novos públicos? Dizem por aí que ‘os fins justificam os meios’, mas o que salva um mau começo? O mesmo comentário pode ser atribuído à autora de ‘Uma exposição da miséria humana’.

Gisele Manjurma

Visões da infância numa peça adulta

A inocência de uma criança frente aos horrores da repressão política, do alcoolismo, do incesto. É a história de vida da romena Aglaja Veteranyi, que foi registrada por ela mesma no livro “Por que a criança cozinha na polenta”. A obra foi adaptada ao teatro e apresentada pela companhia paulistana Mugunzá de Teatro na 37ª edição do Festival Nacional de Teatro (FENATA).

Tanto o livro quanto a peça reverenciam no título uma tradicional lenda romena que é repetida em vários momentos da peça. Outros elementos da cultura romena e do leste europeu também aparecem na peça, contrastando com a cultura ocidental numa perspectiva crítica.

A peça está em sua quarta temporada e já foi apresentada em oito festivais, porém nessa trajetória possui dificuldades de adaptação a espaços maiores, já que originalmente o espetáculo foi pensado para pequenos ambientes, o que cria um clima intimista. Uma dessas dificuldades é quanto a projeção de voz dos atores no Cine Teatro Ópera, onde aconteceu a apresentação, e devido a amplitude do lugar, o público que estava mais distante não conseguiu escutar toda apresentação.


Contudo, os atores conseguiram sustentar as expressões dramáticas com a ajuda dos objetos cênicos e da sobreposição de discursos na tela que exibia trechos do livro e os filmes toscamente dirigidos pelo pai da protagonista, um palhaço de circo com pretensões cinematográficas que foge com sua família da Rômenia. Ao mesmo tempo que contribui para ilustrar a passagem do tempo sem mudança de cenário ou figurino, a sobreposição de elementos divide a atenção do público entre a tela e a atuação que parecem compor espetáculos diferentes.


Camila Montagner


Serviço:

Peça apresentada no dia 11/11 dentro da programação do 37º FENATA (de 05 a 12 de novembro)

Local: Cine Teatro Ópera - Auditório A, Rua XV de novembro.

Informações no site www.uepg.br/fenata

Entrada: R$ 5 (estudantes, professores e maiores de 65 anos pagam meia-entrada)