13 de novembro de 2009

Quando o sensacionalismo acaba em tragédia sangrenta

Nos últimos anos, o jornalismo impresso encontrou uma saída para escapar da sua temida morte: os jornais populares. Em praticamente todos os estados brasileiros existe um veículo desta segmentação. No Paraná, o representante mais próximo dos formatos 'populares' é a Tribuna do Paraná, do Grupo Paulo Pimentel, que também publica o jornal Estado do Paraná.

A 'Tribuna' utiliza uma fórmula muito simples para vender: mexe com as emoções do povo. Os temas mais recorrentes abordados pelo diário são futebol, sexo e violência urbana. Os assassinatos são noticiados com pitadas de 'humor negro'. Um crime cometido por causa de uma briga ganhou o título de “Apelido da Morte”, uma agressão de um pai sobre um filho foi batizada singelamente de “Criança Pela Janela”.

Além dos pitorescos crimes noticiados (quase todos de Curitiba, de lugares violento)s, o jornal é um dos poucos que veicula classificados de garotas de programa, além de um espaço dedicado às 'beldades' das boates da capital paranaense. O restante do jornal fica dedicado ao futebol com direito a muitas “cornetadas”, os comentários dos torcedores que sempre soam como provocação aos rivais esportivos.

A Tribuna do Paraná é um exemplo de jornalismo preocupado quase exclusivamente com o aspecto financeiro. Se forem estes temas que vendem, então é o que será publicado! Fica no ar uma última questão: se o jornal é dedicado às classes D e E da população, porque o preço é tão elevado (R$1,50)? Vale lembrar que em Santa Catarina o jornal do mesmo segmento custa menos do que a metade do preço (R$0,60).

Edgard Matsuki

Serviço

Jornal A Tribuna do Paraná

Preço: R$1,50

Periodicidade: Diário

Tiragem: 30 mil exemplares

Encontrado nas bancas de jornal de Ponta Grossa

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