6 de novembro de 2009

Em benefício próprio?




A partir de março de 2009, entrou nos ares de Ponta Grossa uma nova rádio, a MZ FM. Assim como as outras emissoras que estão em freqüência modulada na cidade, a MZ possui em sua programação a predominância de músicas de diversos gêneros, porém não apresenta um teor noticioso, o que a torna nada atraente do ponto de vista da informação. O nome da rádio é o mesmo do dono, o empresário e ex-vereador de Ponta Grossa, Marcos Zampieri (PSC).


O público, em qualquer faixa etária, precisa de informação. Portanto a desculpa de que a programação musical é alternativa para atingir os jovens não vale. A parte jornalística fica com o programa Política no período da manhã, porém nada mais é que uma leitura das chamadas das capas dos impressos da cidade, não fornecendo ao ouvinte nenhum diferencial.

Ainda que não tenha uma produção efetiva de jornalismo na rádio, o dono, Marcos Zampieri, em uma entrevista a um jornal local, alega que há uma “equipe de jornalismo da Rádio MZ”. No entanto, a rádio se apresenta como um meio para o ex vereador, na busca de informações que, talvez, o beneficie.

Na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já consta a licença destinada à emissora. No entanto, a outorga seria para a cidade de Carambeí, e com outro nome, na freqüência 90,7. A potência é considerada baixa, mas mesmo assim atinge três cidades: Carambeí, Ponta Grossa e Castro.

Isadora Camargo

Serviço: Rádio MZ, FM 90,7
Endereço: Rua Francisco Ribas - Ponta Grossa
Telefone: 3220 7474
www.mzproducoes.com.br

Abrem-se as cortinas



Geralmente muita expectativa cerca o início de uma atividade, sejam inaugurações, estréias, show e espetáculos. O 37º Festival Nacional de Teatro (Fenata) respondeu positivamente com a produção La careta que cae,do grupo carioca Milongas. Com programação de abertura do Fenata marcada para as 20h e espetáculo às 20h30, a organização cumpriu à risca os horários estabelecidos. A casa não estava cheia, toda a platéia pode se acomodar.


A farsa - gênero teatral dramático com o propósito de provocar riso – é uma adaptação de Títeres de Cachiporra de Federico Garcia Lorca. A história tem como tema o amor impossível das personagens Cocoliche e Rosita. O pai falido de Rosita, comicamente interpretado por uma atriz transvestida, a prometera ao vilão da peça, Dom Cristovinho da Cachamorra, em troca de dinheiro.

Durante a encenação bonecos e atores, músicas e danças, máscaras, sombra, poesias e interação com o público transportam os espectadores para o mundo dos personagens. O cenário simples, abusando de elementos como caixas de madeiras e materiais recicláveis, e o figurino igualmente simples, mas maravilhosamente confeccionado com retalhos, tampinhas de garrafas e diversos acessórios, não empobreceu a obra de Lorca, dirigida por Breno Sanches.

Sonoplastia e músicas também fazem parte do espetáculo. Os próprios personagens tocavam os instrumentos e cantavam as músicas também compostas por eles. Diferente de muitas peças teatrais, os personagens não se retiravam para as coxias aos terminarem a cena na qual atuavam se integravam ao cenário sentando em caixas nas laterais do palco.


O grupo Milongas destacou a importância do teatro em momentos da peça, no início da apresentação, nas letras de músicas entoadas e no final do espetáculo. O público acompanhou a música final em pé e ao término aplaudiram calorosamente a apresentação de início do 37º Fenata.

Cláudia Alenkire

Serviço: 37º Fenata – 5 a 12 de novembro de 2009

Mostra Adulto – Sessões às 20h30 (Cine-Teatro-Ópera – Auditório A – Álvaro Augusto da Cunha Rocha)

Mostra para Crianças – Sessões às 14h (Teatro Marista)

Mostra de Bonecos – Sessões às 14h (Cine-Teatro-Ópera – Auditório B – Dos Operários)

Espaço Alternativo – Sessões às 23h (Empório Avenida)

Ingressos

Sessões de espetáculos adultos: Todos os dias, ingressos a R$5,00 – estudantes (mediante apresentação de carteirinha), professores e maiores de 65 anos pagam meia-entrada.

Sessões de espetáculos para crianças, de bonecos, de rua e das mostras espaço alternativo e paralela: Ingresso grátis.

Mais informações: Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex)/DAC – Divisão de Assuntos Culturais

(42) 3222-9652

fenata@uepg.br

www.uepg.br/fenata

fotos: divulgação

O diário de uma apresentadora de TV




Assistir ao programa Dani Rocha, na TV Vila Velha, é como entrar em um shopping. Você verá óculos, bolsas, calçados, roupas, tudo da mais alta linha. A publicidade é o foco de todas as matérias e o interesse público chega a ser duvidoso.


Dani Rocha, que sempre trabalhou como repórter e colunista social, mantêm seu programa na mesma linha em que já atuou. A apresentadora utiliza o horário do programa para promover festas e eventos da sociedade ponta-grossense. Em alguns momentos ela ainda vai mais longe e coloca no ar festas ocorridas em outras cidades e estados, onde estão músicos e apresentadores conhecidos nacionalmente.

'Dani Rocha' é o típico programa que não forma e não informa. Informações são escassas no programa se o assunto não é roupa de grifes famosas, clínicas de estética, viagens ao exterior, personalidades de Ponta Grossa e, algumas vezes, a própria vida da apresentadora que “escapa” em meio às entrevistas.

A publicidade é o foco, mas o roteiro fica por conta da vida de Dani Rocha. A apresentadora leva ao ar o seu diário secreto, que de secreto parece mesmo que não tem nada.


No entanto, em meio aos questionamentos que se faz quando se assiste ao programa 'Dani Rocha' (Cadê a informação?), pode-se dizer que a apresentadora tem domínio de câmeras e, se compara a muitos doa apresentadores que o canal dispõe, Dani sabe atrair o telespectador, reportar com dinamismo e entrevistar com segurança. Algo além disso? Alguns óculos, roupas de grifes ou promoções de botox em clínicas de estética da cidade!

Vanessa Huk

Serviço:

Programa Dani Rocha
Ao vivo todos os domingos das 15 as 22h.
Reprises segundas e quartas da 00 as 07h.
TV Vila Velha canal 16

Um jornal "nada" convencional


Diferente da última edição do Entre Linhas que analisa a Folha Universal e retrata seu minimalismo em relação aos temas religiosos, o jornal A Boa Nova usa da fé como principal matéria-prima em suas edições.

A publicação é voltada aos fiéis católicos situados na região dos Campos Gerais e a distribuição é realizada pela Diocese de Ponta Grossa. Os conteúdos do impresso retratam basicamente atividades realizadas pela Igreja Católica no município e na região (Campos Gerais), como na matéria “Semana Teológica” ou “Irmãs de Nossa Senhora das Dores acolhem novas professas”.

Até matérias que não tratam exclusivamente de temas religiosos, como a da edição de setembro, que fala sobre a Gripe Suína, acabam pendendo para o lado contemplativo (religioso). Em meio a posicionamentos e orientações de como evitar a gripe é possível encontrar um pedido para que o surto seja encarado “sob a ótica da espiritualidade”.

O principal destaque do jornal A Boa Nova está na diagramação das páginas internas e no projeto gráfico do impresso. Os textos, bem distribuídos e agregados a fotos com definição e clareza, apresentam um ar de leveza aos leitores. A capa do jornal, porém, peca pelo abuso de cores e o uso excessivo de linhas em sua construção.

O Jornal é um meio de comunicação oportuno para quem gostaria de se integrar aos assuntos da diocese de Ponta Grossa, mas acaba excluindo quem busca pela pluralidade de conteúdos.

Cleber Facchi


Serviço:

Jornal A Boa Nova

Edições de Setembro e Outubro

Distribuído pela Diocese de Ponta Grossa no município e região

Preço: R$ 1,80

Telefone: (42) 3222-3845

Abrindo a cabeça com os cabeçinhas



Na estrada há dois anos, a banda independente 'Jones e os Cabeçinhas', que inicialmente foi criada como forma de lazer aos integrantes, hoje é um grupo musical que busca se profissionalizar e conquistar a atenção da população pontagrossense. A banda, que se encaixa no estilo Pop Rock e Rock’n’Roll, vem conseguindo ‘abrir a cabeça’ do público de outros gêneros musicais (como sertanejo, rock alternativo e eletrônico) devido a forma que lidam com a música, combinando gostos.


Formada por João, Bernardo, Kléber e Rodrigo, 'Jones e os Cabeçinhas' apresentam um repertório com influências particulares dos integrantes, a exemplo de Ramones, Beatles, Raul Seixas, Robertos Carlos, Doors e Los Hermanos. Através da animação, a banda mostra ao público (mesmo os que não são adeptos ao rock) que o som produzido é agradável de ouvir.

Além dos covers, o grupo também possui composições próprias, a exemplo de 'Pouco Mudado', 'Crazy Bella' e 'Amanhã'. O CD próprio, em fase final de gravação, está previsto para ser lançado em 2010.


Entretanto, apesar do grupo ter dois anos de formação, 'Jones e os Cabeçinhas' apresenta pouca divulgação pela cidade. A banda utiliza somente a internet (myspace) para expor seu material, limitando-o aos internautas. Outro ponto que prejudica o impulso do grupo é o pouco número de apresentações em Ponta Grossa (região dos Campos Gerais do Paraná), que se restringe a um só bar da cidade. Porém, de acordo com os integrantes, ‘o lançamento do CD trará maior reconhecimento à banda’.

Carla Yarin

Serviço:

Jones e os Cabeçinhas

Vocal e Guitarra base – João de Abreu Junior

Baixo e Vocais – Bernardo Tuma

Bateria – Kléber da Silva

Guitarra Solo – Rodrigo Marchiori

http://www.myspace.com.br/joneseoscabecinhas

joneseoscabecinhas@hotmail.com

Telefones pra contato:

(42) 91025033 (Bernardo)

(42) 84036121 (João)

Fotos: Cleber Facchi

Na poesia... menos é mais



O livro 'Novelo' é uma coletânea de poesias de autores dos Campos Gerais. A obra conta com textos de Almir Correia, Péricles Holleben de Melo, Luísa Cristina dos Santos, entre outros. Os poemas são em sua maioria diretos, tornando a leitura mais rápida e de fácil compreensão.


Outro ponto positivo da obra é a sua diversidade. Por conter nove autores, cada um escreve de forma e sobre temáticas variadas, e com isso uma experiência nova em cada página. O título Novelo, portanto, é justificado através da união de poemas soltos que, quando juntos, formam algo novo.

A arte gráfica do livro é pouco atrativa, usando sempre o mesmo formato para poemas de tamanhos similares. Embora possua uma pequena apresentação dos autores no final, falta um prefácio contextualizando a ideia geral da obra. Entre os assuntos abordados estão o amor, a natureza, a rotina e a própria literatura.


Novelo é um exemplo de produção artística de qualidade em Ponta Grossa, por despertar o interesse pela literatura através das poesias de forma simples. O livro se destaca justamente por apresentar temas singelos, que ao virarem poesia se tornam únicos.

Leticia Scheifer

Serviço:

Título – Novelo

Autores – Almir Correia, Ana Valéria Fink, Luísa Cristina dos Santos, Luiz Fernando Cheres, Maria José Rizzi Henriques, Mauro César Rufino, Péricles Holleben de Melo, Róbison Benedito Chagas, Sebastião Natálio.

Editora – UEPG

Ano – 1995

Fotos: Divulgação e Leticia Scheifer.

1 de novembro de 2009

Preconceito ou Crítica Cultural?


Criticar é, ao certo, opinar. Analisar todas as dimensões possíveis de um produto e a partir disso formar um juízo de valor. Nessa última etapa do processo crítico o blog não falha. Porém, a falta de uma análise mais profunda deixa esse juízo final sem justificativa.

A ausência de indicadores sobre as opiniões do autor em relação ao produto é um defeito grave, pois dá aparência preconceituosa à crítica. A exemplo, temos o texto da editoria Livro Aberto – Confusões de um Poeta Anônimo. Rimas fáceis seria o mesmo que rimas pobres? São as rimas supostamente pobres que deixam o texto sem criatividade? A autora afirma que o poeta não consegue prender ou emocionar o leitor devido a sua simplicidade e monotonia, mas não diz o porquê de tal monotonia. O ápice da especulação se dá no último parágrafo, onde a autora diz que em muitas vezes o leitor compra as poesias por pressão do poeta.

A crítica é confusa. De acordo com o texto, o folheto do poeta possui variações nas fontes de cada texto, porém, na sequência, a crítica afirma que não há variações no design da obra.

No editoria Entre Linhas, o texto afirma que ‘Campos Gerais’ expõe com “ênfase” a importância das atividades de extensão, mas não explica a tal ênfase.

Contudo, outros textos, por exemplo as críticas de cinema e de música, apresentam apoios para seus juízos de valor, o que torna as críticas sustentáveis. A semelhança da banda Tio Canca com a Mandau, apresentada na editoria Vitrola, dá bases para afirmar que a banda carece de identidade e que precisa inovar.


Stiven de Souza