A partir de março de 2009, entrou nos ares de Ponta Grossa uma nova rádio, a MZ FM. Assim como as outras emissoras que estão em freqüência modulada na cidade, a MZ possui em sua programação a predominância de músicas de diversos gêneros, porém não apresenta um teor noticioso, o que a torna nada atraente do ponto de vista da informação. O nome da rádio é o mesmo do dono, o empresário e ex-vereador de Ponta Grossa, Marcos Zampieri (PSC).
O público, em qualquer faixa etária, precisa de informação. Portanto a desculpa de que a programação musical é alternativa para atingir os jovens não vale. A parte jornalística fica com o programa Política no período da manhã, porém nada mais é que uma leitura das chamadas das capas dos impressos da cidade, não fornecendo ao ouvinte nenhum diferencial.
Ainda que não tenha uma produção efetiva de jornalismo na rádio, o dono, Marcos Zampieri, em uma entrevista a um jornal local, alega que há uma “equipe de jornalismo da Rádio MZ”. No entanto, a rádio se apresenta como um meio para o ex vereador, na busca de informações que, talvez, o beneficie.
Na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já consta a licença destinada à emissora. No entanto, a outorga seria para a cidade de Carambeí, e com outro nome, na freqüência 90,7. A potência é considerada baixa, mas mesmo assim atinge três cidades: Carambeí, Ponta Grossa e Castro.
Isadora Camargo
Serviço: Rádio MZ, FM 90,7
Endereço: Rua Francisco Ribas - Ponta Grossa
Telefone: 3220 7474
www.mzproducoes.com.br
Geralmente muita expectativa cerca o início de uma atividade, sejam inaugurações, estréias, show e espetáculos. O 37º Festival Nacional de Teatro (Fenata) respondeu positivamente com a produção La careta que cae,do grupo carioca Milongas. Com programação de abertura do Fenata marcada para as 20h e espetáculo às 20h30, a organização cumpriu à risca os horários estabelecidos. A casa não estava cheia, toda a platéia pode se acomodar.
A farsa - gênero teatral dramático com o propósito de provocar riso – é uma adaptação de Títeres de Cachiporra de Federico Garcia Lorca. A história tem como tema o amor impossível das personagens Cocoliche e Rosita. O pai falido de Rosita, comicamente interpretado por uma atriz transvestida, a prometera ao vilão da peça, Dom Cristovinho da Cachamorra, em troca de dinheiro.
Durante a encenação bonecos e atores, músicas e danças, máscaras, sombra, poesias e interação com o público transportam os espectadores para o mundo dos personagens. O cenário simples, abusando de elementos como caixas de madeiras e materiais recicláveis, e o figurino igualmente simples, mas maravilhosamente confeccionado com retalhos, tampinhas de garrafas e diversos acessórios, não empobreceu a obra de Lorca, dirigida por Breno Sanches.
Sonoplastia e músicas também fazem parte do espetáculo. Os próprios personagens tocavam os instrumentos e cantavam as músicas também compostas por eles. Diferente de muitas peças teatrais, os personagens não se retiravam para as coxias aos terminarem a cena na qual atuavam se integravam ao cenário sentando em caixas nas laterais do palco.
O grupo Milongas destacou a importância do teatro em momentos da peça, no início da apresentação, nas letras de músicas entoadas e no final do espetáculo. O público acompanhou a música final em pé e ao término aplaudiram calorosamente a apresentação de início do 37º Fenata.
Cláudia Alenkire
Serviço: 37º Fenata – 5 a 12 de novembro de 2009
Mostra Adulto – Sessões às 20h30 (Cine-Teatro-Ópera – Auditório A – Álvaro Augusto da Cunha Rocha)
Mostra para Crianças – Sessões às 14h (Teatro Marista)
Mostra de Bonecos – Sessões às 14h (Cine-Teatro-Ópera – Auditório B – Dos Operários)
Espaço Alternativo – Sessões às 23h (Empório Avenida)
Ingressos
Sessões de espetáculos adultos: Todos os dias, ingressos a R$5,00 – estudantes (mediante apresentação de carteirinha), professores e maiores de 65 anos pagam meia-entrada.
Sessões de espetáculos para crianças, de bonecos, de rua e das mostras espaço alternativo e paralela: Ingresso grátis.
Mais informações: Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex)/DAC – Divisão de Assuntos Culturais
Assistir ao programa Dani Rocha, na TV Vila Velha, é como entrar em um shopping. Você verá óculos, bolsas, calçados, roupas, tudo da mais alta linha. A publicidade é o foco de todas as matérias e o interesse público chega a ser duvidoso.
Dani Rocha, que sempre trabalhou como repórter e colunista social, mantêm seu programa na mesma linha em que já atuou. A apresentadora utiliza o horário do programa para promover festas e eventos da sociedade ponta-grossense. Em alguns momentos ela ainda vai mais longe e coloca no ar festas ocorridas em outras cidades e estados, onde estão músicos e apresentadores conhecidos nacionalmente.
'Dani Rocha' é o típico programa que não forma e não informa. Informações são escassas no programa se o assunto não é roupa de grifes famosas, clínicas de estética, viagens ao exterior, personalidades de Ponta Grossa e, algumas vezes, a própria vida da apresentadora que “escapa” em meio às entrevistas.
A publicidade é o foco, mas o roteiro fica por conta da vida de Dani Rocha. A apresentadora leva ao ar o seu diário secreto, que de secreto parece mesmo que não tem nada.
No entanto, em meio aos questionamentos que se faz quando se assiste ao programa 'Dani Rocha' (Cadê a informação?), pode-se dizer que a apresentadora tem domínio de câmeras e, se compara a muitos doa apresentadores que o canal dispõe, Dani sabe atrair o telespectador, reportar com dinamismo e entrevistar com segurança. Algo além disso? Alguns óculos, roupas de grifes ou promoções de botox em clínicas de estética da cidade!
Vanessa Huk
Serviço:
Programa Dani Rocha
Ao vivo todos os domingos das 15 as 22h.
Reprises segundas e quartas da 00 as 07h.
TV Vila Velha canal 16
Diferente da última edição do Entre Linhas que analisa a Folha Universal e retrata seu minimalismo em relação aos temas religiosos, o jornal A Boa Nova usa da fé como principal matéria-prima em suas edições.
A publicação é voltada aos fiéis católicos situados na região dos Campos Gerais e a distribuição é realizada pela Diocese de Ponta Grossa. Os conteúdos do impresso retratam basicamente atividades realizadas pela Igreja Católica no município e na região (Campos Gerais), como na matéria “Semana Teológica” ou “Irmãs de Nossa Senhora das Dores acolhem novas professas”.
Até matérias que não tratam exclusivamente de temas religiosos, como a da edição de setembro, que fala sobre a Gripe Suína, acabam pendendo para o lado contemplativo (religioso). Em meio a posicionamentos e orientações de como evitar a gripe é possível encontrar um pedido para que o surto seja encarado “sob a ótica da espiritualidade”.
O principal destaque do jornal A Boa Nova está na diagramação das páginas internas e no projeto gráfico do impresso. Os textos, bem distribuídos e agregados a fotos com definição e clareza, apresentam um ar de leveza aos leitores. A capa do jornal, porém, peca pelo abuso de cores e o uso excessivo de linhas em sua construção.
O Jornal é um meio de comunicação oportuno para quem gostaria de se integrar aos assuntos da diocese de Ponta Grossa, mas acaba excluindo quem busca pela pluralidade de conteúdos.
Cleber Facchi
Serviço:
Jornal A Boa Nova
Edições de Setembro e Outubro
Distribuído pela Diocese de Ponta Grossa no município e região
Na estrada há dois anos, a banda independente 'Jones e os Cabeçinhas', que inicialmente foi criada como forma de lazer aos integrantes, hoje é um grupo musical que busca se profissionalizar e conquistar a atenção da população pontagrossense. A banda, que se encaixa no estilo Pop Rock e Rock’n’Roll, vem conseguindo ‘abrir a cabeça’ do público de outros gêneros musicais (como sertanejo, rock alternativo e eletrônico) devido a forma que lidam com a música, combinando gostos.
Formada por João, Bernardo, Kléber e Rodrigo, 'Jones e os Cabeçinhas' apresentam um repertório com influências particulares dos integrantes, a exemplo de Ramones, Beatles, Raul Seixas, Robertos Carlos, Doors e Los Hermanos. Através da animação, a banda mostra ao público (mesmo os que não são adeptos ao rock) que o som produzido é agradável de ouvir.
Além dos covers, o grupo também possui composições próprias, a exemplo de 'Pouco Mudado', 'Crazy Bella' e 'Amanhã'. O CD próprio, em fase final de gravação, está previsto para ser lançado em 2010.
Entretanto, apesar do grupo ter dois anos de formação, 'Jones e os Cabeçinhas' apresenta pouca divulgação pela cidade. A banda utiliza somente a internet (myspace) para expor seu material, limitando-o aos internautas. Outro ponto que prejudica o impulso do grupo é o pouco número de apresentações em Ponta Grossa (região dos Campos Gerais do Paraná), que se restringe a um só bar da cidade. Porém, de acordo com os integrantes, ‘o lançamento do CD trará maior reconhecimento à banda’.
O livro 'Novelo' é uma coletânea de poesias de autores dos Campos Gerais. A obra conta com textos de Almir Correia, Péricles Holleben de Melo, Luísa Cristina dos Santos, entre outros. Os poemas são em sua maioria diretos, tornando a leitura mais rápida e de fácil compreensão.
Outro ponto positivo da obra é a sua diversidade. Por conter nove autores, cada um escreve de forma e sobre temáticas variadas, e com isso uma experiência nova em cada página. O título Novelo, portanto, é justificado através da união de poemas soltos que, quando juntos, formam algo novo.
A arte gráfica do livro é pouco atrativa, usando sempre o mesmo formato para poemas de tamanhos similares. Embora possua uma pequena apresentação dos autores no final, falta um prefácio contextualizando a ideia geral da obra. Entre os assuntos abordados estão o amor, a natureza, a rotina e a própria literatura.
Novelo é um exemplo de produção artística de qualidade em Ponta Grossa, por despertar o interesse pela literatura através das poesias de forma simples. O livro se destaca justamente por apresentar temas singelos, que ao virarem poesia se tornam únicos.
Leticia Scheifer
Serviço:
Título – Novelo
Autores – Almir Correia, Ana Valéria Fink, Luísa Cristina dos Santos, Luiz Fernando Cheres, Maria José Rizzi Henriques, Mauro César Rufino, Péricles Holleben de Melo, Róbison Benedito Chagas, Sebastião Natálio.
Criticar é, ao certo, opinar. Analisar todas as dimensões possíveis de um produto e a partir disso formar um juízo de valor. Nessa última etapa do processo crítico o blog não falha. Porém, a falta de uma análise mais profunda deixa esse juízo final sem justificativa.
A ausência de indicadores sobre as opiniões do autor em relação ao produto é um defeito grave, pois dá aparência preconceituosa à crítica. A exemplo, temos o texto da editoria Livro Aberto – Confusões de um Poeta Anônimo. Rimas fáceis seria o mesmo que rimas pobres? São as rimas supostamente pobres que deixam o texto sem criatividade? A autora afirma que o poeta não consegue prender ou emocionar o leitor devido a sua simplicidade e monotonia, mas não diz o porquê de tal monotonia. O ápice da especulação se dá no último parágrafo, onde a autora diz que em muitas vezes o leitor compra as poesias por pressão do poeta.
A crítica é confusa. De acordo com o texto, o folheto do poeta possui variações nas fontes de cada texto, porém, na sequência, a crítica afirma que não há variações no design da obra.
No editoria Entre Linhas, o texto afirma que ‘Campos Gerais’ expõe com “ênfase” a importância das atividades de extensão, mas não explica a tal ênfase.
Contudo, outros textos, por exemplo as críticas de cinema e de música, apresentam apoios para seus juízos de valor, o que torna as críticas sustentáveis. A semelhança da banda Tio Canca com a Mandau, apresentada na editoria Vitrola, dá bases para afirmar que a banda carece de identidade e que precisa inovar.