1 de junho de 2010

Filme choca com estética e impressiona com enredo

“Preparem o olhar”, disse o diretor do projeto Cine Arte, em relação ao “anti-filme” que iria começar. “Signo do Caos”, foi produzido pelo diretor Rogério Sganzerla e ocupou sete, das onze fileiras do auditório B do Cine Teatro Ópera. O longa causa choque de estética com o que estamos acostumados, já que a primeira parte é em preto e branco e o restante, colorido.

Esse contraste impressiona em um primeiro momento, mas depois fica claro o que o diretor pretende. A primeira parte mostra a existência de censura no Brasil, a respeito, principalmente, do modelo de filmes feitos no país. As cenas são monótonas e com pouco nexo. A parte colorida mostra que o que se queria vender no Brasil não era brasileiro e sim, europeu, representando mais uma crítica ao modo nacional de se fazer cinema. “O Brasil não produz filmes, assim como não produz cerejas”. No geral, a liberdade é a temática do filme, e sua falta é análoga a censura.

O filme possui uma característica marcante, que foi escolha intencional do diretor. O som da fala dos personagens vai para um lado e a imagem para outro, as vozes se sobrepõem e é difícil entender quem está falando, fazendo analogia ao atraso de se fazer cinema no Brasil. Somente em alguns momentos aparece trilha sonora, o que talvez deixe o filme um tanto monótono e claustrofóbico. A única cena aberta do longa é a final, que transfere uma sensação de alívio, mas parece não se encaixar na história. Algumas cenas se repetem e um jogo de sombras é constante, criando uma idéia de confusão, que remete ao título do filme. A exibição pareceu cansativa, já que algumas pessoas deixaram a sala de cinema nos primeiros 30 minutos de filme.

Loise Clemente

SERVIÇO
Atividade: Projeto Cine-Arte – Exibição do Filme “O Signo do Caos”
Direção: Rogério Sganzerla - 2003- 82min. Brasil
Promoção: JM NEWS e SMCT
Local: Cine-Teatro Ópera – Auditório B
22/05/2010 ás 17h
Entrada Franca
Classificação: 14 Anos

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