27 de maio de 2010

Freddy não é mais o mesmo


Em plena moda dos filmes 3D familiares, a Paris Filmes resolveu apostar no remake de um clássico dos anos 1980: ‘A Hora do Pesadelo’, com Jackie Earle Hailey na “pele” do temido Freddy Krueger e um elenco adolescente como vítimas do psicopata. O filme não honra a tradição da Rua Elm, embora seja possível observar o público se assustando. O diretor Samuel Bayer preferiu investir mais em tecnologia e menos em um bom enredo.


A versão de Bayer apresenta um vilão com vítimas selecionadas, mas cometendo assassinatos pouco emocionantes se comparados aos mais antigos. Por algum motivo, o diretor também economizou no sangue falso e na clássica canção assustadora, o que acabou aproximando o longa mais de terrores adolescentes contemporâneos como ‘Premonição’ do que dos outros ‘A Hora do Pesadelo’. Outro erro foi a tentativa de alusão a uma das mortes mais famosas do cinema, na qual Freddy arrasta a vítima pelo quarto e a esquarteja; nessa versão, o valor de uma boa maquiagem foi subestimado pelo da computação gráfica.


A produção de 2010 talvez tenha trazido assuntos mais atuais como a pedofilia e efeitos visuais mais elaborados, mas a atuação de todos faz do filme uma espécie de caricatura dos bons slashers das décadas passadas. Talvez, o pior do filme seja a sensação de segurança com que os espectadores deixam a sala de cinema. Na nova versão, o número de vitimas é certo, o que não deixa aquela tensão na hora em que o público vai dormir. Os aspectos que consagraram a ideia de Wes Craven foram quase deixados de lado. De maneira geral, raramente alguém sairá do cinema pensando “one, two, Freddy is coming for you” (“um, dois, Freddy vai pegar você depois”).

Mayara Sonchini

Serviço
CINEMA MULTIPLEX PALLADIUM
SALA 3
SEX SAB DOM E QUAR: 20h E 22h
SEG TER E QUI: 19h30 E 21h30

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