6 de maio de 2009

Crítica e consumo cultural nos Campos Gerais

Crítica e consumo cultural nos Campos Gerais

Painel Temático sobre produção midiática regional em tempos de globalização


Quando?
6 e 7 de maio/09. Das 19 às 22h30.

Onde? Pequeno Auditório da UEPG - Campus Centro.

1º Encontro (06/05) - Tema: Desafios e sugestões para uma crítica ao consumo cultural nos Campos Gerais
Painelistas: Cíntia Xavier (UEPG), Marcelo Engel (UEPG), Hebe Goncalves (UEPG) e Elaine Javorski (Secal/UEPG)

2º Encontro (07/05) - Tema: Elementos para uma crítica (social) da cultura
Painelistas: Márcia Sielski (SESC/PG), Rafael Schoenherr (UniBrasil), Sérgio Gadini (MCCE -FNPJ) e Ben Hur Demeneck (Mov Cultural)

Inscrição? Gratuita (direito a certificado para 100% de frequência = 7h)

Promoção: Agência de Jornalismo, DeCom UEPG, CAJOR, SESC/PG e Blog Crítica de Mídia (www.criticadeponta.blogspot.com)




Des(serviço), agenda cultural e jornalismo local

Por Hebe Gonçalves


Proposta: Por que não uma seção fixa nos jornais locais sobre a agenda cultural em Ponta Grossa? O que no (grande) jornalismo se compreende como prestação de serviço, na imprensa local tem sido mais comum nas colunas sociais. Na lógica dos critérios de seleção dos colunistas sociais, grande parte dos eventos culturais torna-se não noticiável, excluído das pautas dos jornais e, portanto, desconhecido pelo grande público. Ausente nos jornais, a agenda cultural como prestação de serviço ainda requer ser apreendida pelo jornalismo local. Com espaço próprio e de forma plural, a seção serviria a reportar os diversos eventos culturais da cidade e expressar assim a diversidade cultural local. Como nas grandes cidades, a prestação de serviço da agenda cultural deve se tornar um guia para a população, que possa desfrutar/circular em diferentes espaços culturais, tanto nas áreas centrais quanto nos bairros periféricos da cidade.


Produtos culturais marginais

Por Marcelo Bronosky


Proposta: Enfocar o debate sobre produtos culturais marginais ou suburbanos. Creio se tratar de um modo estandartizado de perceber as manifestações culturais provenientes das periferias, como o hip hop, grafite, o própria samba e o futebol,ainda que estes últimos tenham conseguido um espaço de reflexão. Abordarei alguns modos de restrições e lugares nos quais tais temáticas não passam de breve aceno, como no caso dos mídia e da própria academia. Raros são os momentos que estes fenômenos culturais são reconhecidos como tais. Desta forma, poder oferecer perspectivas diferenciadas no tratamento jornalístico destas manifestações.



A abordagem sobre temas culturais nos periódicos de Ponta Grossa

Por Elaine Javorski


Proposta: Com uma breve análise dos dois diários locais é possível observar a falta de espaço editorial para o tema da cultura. Tanto o Jornal da Manhã quanto o Diário dos Campos não destinam uma editoria ou caderno para o assunto. O que mais se aproxima desse propósito são os cadernos dominicais Findi! e Urbe, mas que ainda assim, são denominados por seus editores como entretenimento, lazer e variedades, e não simplesmente cultura. Durante a semana, são escassas as informações sobre o tema, que aparecem, na maioria das vezes, sob o formato de notas ou reproduções de material de assessoria de imprensa.

Por outro lado, é cada vez mais visível o fortalecimento do colunismo social e a inserção do tema cultura nestas páginas em forma de pequenas notas. A falta de espaço e interesse dos jornais limita a informação que poderia chegar aos leitores. Mais do que isso, deixa de promover uma discussão ampla e cidadã sobre o tema. Sem informação, não há como despertar o interesse da comunidade sobre a arte e a cultura. Em consequência, sem a participação da sociedade, a cultura continuará a ser centralizada e para poucos.



Propostas de atuação crítica no (curto) circuito cultural

Por Rafael Schoenherr


Proposta: Pretende-se contrastar e complementar um modelo histórico de compreensão da crítica como mediação entre artistas e público com a percepção aparentemente mais restrita da crítica como intervenção no circuito cultural da cidade e região. Discute-se pontualmente a proximidade como valor para o exercício crítico, o caráter abrangente e seletivo da agenda cultural midiática e a necessária orientação informativa associada ao serviço de avaliação e reorganização do mapa (ainda não feito) das manifestações culturais locais. O que se coloca em debate, portanto, é a função da crítica de redescobrir cotidianamente a cidade, na medida em que repensa suas expressões simbólicas e sugere outros modos de se relacionar com a produção cultural local.



Expressão cultural, mídia e cidadania... também nos Campos Gerais

Por Sérgio Luiz Gadini


Proposta: Quem se preocupa com manifestação cultural em tempos de crise econômica e descrédito político generalizado? Em que dimensão o consumo cultural poderia legitimar a crítica social? O que tais preocupações tem a ver com crítica e consumo cultural na Região? Ao apostar na defesa de políticas públicas para o campo cultural e, pois, no fortalecimento da sociedade civil organizada, é possível – e muito viável, diga-se de passagem – fazer com que o acesso aos bens, produtos e serviços culturais seja entendido e operacionalizado como uma das condições de viabilidade ao exercício da cidadania nas sociedades contemporâneas. Com políticas culturais (públicas) definidas, pode-se, ainda, garantir que os mais diversos grupos sociais tenham reais possibilidades de exercitar suas expressões identitárias, que fortalecem a sociedade civil e assegurem a co-existência de diferentes modos de pensar, viver e agir. Mas para isso, não se pode tratar a cultura como um serviço de 'segunda' natureza, e sim apostar na garantia do acesso público e universal às manifestações, produtos e atividades, explorando o potencial da mídia (seja impressa, audiovisual ou integrada a diversos suportes técnicos). Cultura é cidadania... seja para produção ou consumo!




Cultura precisa de apoio e investimento

Por Márcia Sielski


Proposta: O fortalecimento do setor cultural, a partir do apoio a profissionais – produtores, artistas,escritores e demais atores da cultura – é uma das condições concretas para fortalecer e impulsionar a área. As formas de apoio, entretanto, não podem se limitar aos poucos recursos imediatos, que alguns artistas têm acesso. Pressupõe a formação de público, apoio contínuo aos grupos e profissionais que, com frequência, procuram entidades sociais e empresariais de Ponta Grossa para viabilizar as atividades que acontecem na Região.



Universidade/Sociedade e as ofertas culturais

Por Cíntia Xavier


Proposta: Discutir uma pseudo dicotomia universidade/sociedade. Na minha parca concepção acreditava que algumas iniciativas de oferta de crítica cultural davam certo porque eram originadas no curso de jornalismo, sem as pressões de mercado. Fora da escola essas iniciativas estariam fadadas ao fracasso, especialmente pela questão financeira. Hoje observo que fora dos jornais diários há espaço para criar novos modelos (a web é uma alternativa barata, com retorno rápido), que a demanda existe, falta apenas iniciativa. Neste aspecto, voltamos ao ponto inicial, a universidade pode ajudar a gestar novos embriões.




Jornalismo Cultural e trabalho de campo

Por Ben-Hur Demeneck


Proposta: As redações usam terminais de internet e telefonia para apurar suas matérias E se, por um lado, as tecnologias aproximam distâncias, por outro, elas tiram do repórter o contato direto com ambientes e personagens dos acontecimentos que noticia. Em se tratando de tópicos culturais, apenas o trabalho de campo permite expor a experiência cultural.

Na imprensa dos Campos Gerais, embora haja divulgação de eventos no calendário, faltam textos sobre o encontro com uma obra, com as reações do público, com o artista e suas referências. Acreditamos que quando o jornalista consegue ser uma testemunha daquilo que relata, ele redimensiona sua pauta. Entre os resultados, o trabalho jornalístico ganha maior diversidade de fontes, proporciona um efeito de multisensorialidade e, informativamente, uma maior contextualização.

Em termos expressivos, o trabalho de campo incentiva o repórter a explorar outros gêneros de relato, habilita-o a descrever, a usar seu repertório cultural e sua percepção. Dá ao público ainda a chance de tomar contato com boas histórias. Para tanto, tal expediente pede o apoio dos editores e da estrutura administrativa do veículo de comunicação. Ponto a se observar: um dos sinais da falta de trabalho de campo se constata pelo desequilíbrio entre o número de notas e matérias em relação ao de reportagens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário