27 de junho de 2009

Direto ao ponto: retorno à descrição

A editoria Entre Linhas faz uma ótima descrição sobre os assuntos do Foca Livre, mas passa longe da crítica. Ao destacar as matérias sobre softwares e lixo químico na UEPG, a autora descreve a importância desses assuntos na pauta dos universitários, mas erra ao limitar a crítica aos pontos óbvios de cada tema. Ainda, usa como base a comparação entre outros jornais locais. Ao invés disso, seria mais interessante analisar a fundo o conteúdo do jornal escolhido para a crítica. No final, a frase: “Claro que existem assuntos que poderiam ser substituídos (...)”, deixa para o leitor a dúvida diante de quais seriam esses assuntos.
Já na editoria Na Tela o autor faz a seguinte comparação: “Isso acontece numa escala pequena se comparada às produções regionais e, é minúscula se comparada às nacionais”. Quais dados comprovam isso? Qual é a fonte? O autor também usa conceitos jornalísticos, como a identificação com o público, sem explicar para o visitante do blog, que não estuda jornalismo ou não pratica a profissão, qual a relevância desse problema.
Novamente, na editoria Em Cena, temos uma ótima descrição ao invés de uma crítica. A falta de apuração também está presente, com o termo “casa cheia”, quando a autora não especifica qual a capacidade de lotação do Teatro nem quantas pessoas estavam presentes – t\azornando, assim, difícil a visualização daquilo presenciado pela autora do texto. O trecho no qual temos uma amostra da crítica, no caso, construtiva é em relação aos argumentos para embasar a qualidade de alto nível dos músicos.
A autora do texto da editoria Projetor coloca, durante a descrição do filme, como “(...) até mesmo as poucas imagens urbanas são vistas sob outra perspectiva”. Qual é a outra perspectiva? Ou melhor, qual seria a primeira perspectiva? Se a intenção foi comparar o ângulo das cenas com as de outros filmes, a perspectiva da própria autora fica vaga. Como diz no texto, “(...) a análise e a crítica que o personagem faz da sociedade de consumo é digna de reflexão”. Seria uma opção mais interessante a autora refletir sobre o que ela mesma sugere.
Para o projeto Rádio Escola, o texto sobre o mesmo serve para sua assessoria. A lista das atividades do projeto apenas mostra seu benefício para a comunidade sem interpretar como isso de fato é benéfico. Da mesma maneira, a divulgação gratuita para o bar Botequim realmente pode atrair os leitores a conhecerem o local. Seja para ouvir música, comer ou assistir futebol, com certeza não será pela crítica de maneira construtiva que poderia ter sido escrita.

Jennifer Thomas

11 comentários:

  1. Como eu li o texto da Dulcilia Helena Schroeder Buitoni, "Entre o consumo rápido e a permanência", aprendi que a comparação não é nem de longe um defeito da crítica. Na verdade e pelo contrário, a comparação entre produtos culturais de mesmo gênero é um dos elementos que caracterizam a dimensão "Opinião, posicionamento" do crítico. Sendo assim, dentro da crítica cultural a comparação é sempre válida. Somente dentro de uma notícia a análise comparativa pode estar errada, merecendo uma crítica. Ou, por exemplo, se o autor de uma crítica cultural comparasse um jornal com uma grupo musical, um filme com um ponto turístico. Mas nesse caso um psiquiatra seria, ao certo, mais eficiente que um Ombudsman.
    Enfim, a comparação é um dos instrumentos que formam a tal da crítica construtiva.

    Acredito que nem todos tenham base teórica para saber o que é, de fato, uma crítica construtiva. Seria interessante que o Ombdsman refletisse sobre o que ele sugere, apresentando as alternativas que poderiam fazer destas míseras críticas desconstrutivas em críticas construtivas. Certamente seria um bom esclarecimento para o leitor que ainda não sabe o que define uma crítica como construtiva, e para o escritor que, devido essa falta de conhecimento, escreve textos superficiais por aí.

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  2. Acredito que crítica construtiva seja um termo de senso comum, ao invés de um conceito específico da área, como aquele que fiz referência no texto.

    E, como li no texto do Marcelo Coelho, nenhuma crítica é desconstrutiva. Por mais que ela seja negativa, sempre vai contribuir para o aprendizado do autor.

    Não acho que seja essencial fazer elogios ao texto, quando os pontos negativos são mais relevantes, do ponto de vista da ombudsman. Do ponto de vista da ombudsman, nesse caso a ilustração dos pontos negativos são mais interessantes para que na próxima vez os respectivos autores não cometam os mesmos erros.

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  3. Se não há, como J.A.T. disse, crítica desconstrutiva: "E, como li no texto do Marcelo Coelho, nenhuma crítica é desconstrutiva." Como pode a mesma J.A.T, afirmar no texto do Ombudsman que uma crítia foi construtiva, " trecho no qual temos uma amostra da crítica, no caso, construtiva é em relação aos argumentos para embasar a qualidade de alto nível dos músicos."?
    COmo já disse em outro post desse blog o leitor Elias Lacoski- "É importante que essas opiniões sejam sempre aceitas, sem que se faça uso de defesas do tipo: "só aceito críticas construtivas". Juízos de valor como este só servem mesmo ao conformismo." (comentário está no Ombudsman de 4 de abril de 2009).

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  4. O que o S falou foi que eu, como ombudsman, fiz críticas descontrutivas. O que eu falei foi que, junto com os textos das aulas, aprendi que não existem críticas desconstrutivas. Logo, fiz críticas negativas, mas ainda assim são construtivas, de acordo com as aulas e os textos.

    Portanto, expliquei para o S que o termo usado por ele na verdade não existe. Mas, realmente, fui redundante ao dizer crítica construtiva. Seria mais apropriado usar crítica positiva ou negativa.

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  5. "O que o S falou foi que eu, como ombudsman, fiz críticas desconstrutivas".

    Falei?
    Não existem críticas que, através de um processo desconstrutivos (e ,obviamente, não destrutivos - ver diferença e verificar existência do termo em www.google.com ), revelam aspectos ocultos de um texto?
    Realmente, interpretação é uma coisa relativíssima.


    -Fim-

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Peço desculpas. Li um "m" a menos e, realmente, interpretei ao contrário.

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