5 de setembro de 2009

Estamos quase lá

O primeiro ombudsmam do blog apontou erros em todos os textos e, naquele momento, parecia não haver outra forma de escrever para o blog se não da maneira como tínhamos feito. As palavras do primeiro a criticar a produção do blog foram: ‘o que define se um livro, uma música, um filme ou um jornal são bons ou ruins? Difícil lidar com as imprecisões do “muito” e do “pouco”, somadas a idéias pessoais e vagas, que estão presentes em todos os textos do blog’.
Nesta edição o ombudsmam traz uma boa notícia: em meio ano o resultado dos esforços para melhorar os textos do blog chegou: as descrições e o senso comum estão abandonando os textos. É claro que ainda há erros, porém estes aparecem em quantidade menor.
Um exemplo disso é o texto da editoria “Outros giros” que traz uma crítica ao atraso dos shows do Empório Avenida. O texto conta o tempo de espera do público para ouvir e assistir as bandas e também os minutos que as pessoas perdem esperando na fila a sua vez de sair da casa de shows, mesmo assim o autor não deixa o texto cair na descrição e consegue dar ao leitor a noção de quanto é o ‘atraso’.
Folha Universal, exemplo de "imparcialidade" é o texto que mais exemplifica a evolução na qualidade do produto do blog, pois o autor exerce a critica do começo ao final do seu texto, sem cair na descrição do jornal. Porém, o autor usa uma expressão que foge da linguagem utilizada no cotidiano quando diz ‘texto falacioso’. O que é um texto falacioso? Não é possível saber, pois o autor que utiliza da expressão não deixa isso claro no texto. Outro momento do texto que deve ser ressaltado é quando o autor usa termos jornalísticos como ‘fontes e citações’ e não dá nenhuma explicação do que significa esses termos. Não podemos esperar que o nosso público tenha conhecimento sobre todas as coisas que escrevemos nesse blog. Porém, quando o autor se refere ao ‘olho’ de um texto ele dá uma breve noção do que é esse recurso.
Neste momento do blog apenas um texto não acompanha a evolução dos demais. No ‘Sintonizando o sono’ em todo o texto há apenas a presença de ideias particulares da autora. Afirmações como o programa ter ‘o melhor das músicas românticas ao ouvinte’ e que ele ‘pode ser considerado o “contar carneirinhos” dos ouvintes’, vem de uma percepção individualista da autora, já que é muito provável que existam pessoas que não consideram o programa dessa mesma forma. Talvez a autora conseguisse um texto mais interessante se retirasse o senso comum e as suas percepções do texto e levasse em conta a diversidade das pessoas.
Em uma avaliação da trajetória até aqui não há dúvidas do crescimento dos textos, dos títulos e até mesmo a escolha do objeto da crítica. Porém ainda há muito que fazer para que os textos deste blog sejam, realmente, uma critica dos espaços e dos acontecimentos culturais dos Campos Gerais.

Milena Rezende

Diversão ou insatisfação?

Ponta Grossa é uma cidade que vira e mexe recebe bandas de rock como Cachorro Grande, Nenhum de Nós, Matanza, entre outras. Na maioria dos casos, quem é responsável por trazer essas bandas é o bar Empório Avenida. A iniciativa de trazer esses grupos é louvável, afinal Ponta Grossa, como uma cidade universitária que tem como base a música sertaneja, também necessita de shows de rock.

O grande problema do local é a falta de respeito com o público que paga para ver suas bandas favoritas e não tem o mínimo de conforto. Dois problemas podem ser apontados como causadores da insatisfação do público após os concertos.
O primeiro é o atraso. É certo que em todos os lugares do Brasil, e talvez do mundo, os shows atrasem, no entanto o Empório exagera na dose. Um exemplo claro foi o ultimo show da banda carioca Matanza no dia 29 de maio deste ano. O show estava marcado para as 21 horas, mas após a abertura com cinco bandas de Metal, o Matanza começou a tocar pouco antes das 3 horas da manhã. Um atraso de 6 horas e muito metal na cabeça.

O segundo problema vem logo após o término das apresentações musicais. O Empório usa o pagamento por comanda, tudo o que é consumido pelo cliente é pago pouco antes dele deixar o local, e como quase todas as pessoas vão embora ao final dos shows, a saída da casa se torna um caos. Uma fila interminável, pessoas furando fila, empurra-empurra. Assim, depois de no mínimo 30 minutos de fila, é possível sair do Empório Avenida.

Serviço:
Empória Avenida
Rua Bonifácio Vilela, 483
Telefone: (42) 3028 77 15
Horário de Funcionamento: Indeterminado, variando para dias de evento
Preço: varia para cada show

Guilherme Capello

‘Violão Brasileiro’ apresenta cenários musicais

Os violonistas Salomão Habib e Fabrício Mattos interpretaram ritmos do país em ‘Violão brasileiro – o violão nas regiões Sul e Norte’, no dia três de setembro, às 20 horas. O evento atraiu um público de 35 pessoas para o Pequeno Auditório da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o qual tem lotação máxima de 60 lugares. Os músicos destacaram canções populares e eruditas significativas para a representatividade e história do violão.

Norte e Sul do país incorporaram a bossa nova tardiamente, segundo Habib. O cenário musical se concentrava na produção local: choro, valsa, modinha e marcha. Mattos e Habib apresentaram músicas de caráter regional. A ‘Valsinha do Marajó’, de Waldemar Henrique, produziu uma sonoridade praiana. ‘Soldadinho de Chumbo’, de Sebastião Tapajós, convocou a fanfarra. O ‘Romanceiro’, de Edino Krieger, abordou a Inconfidência Mineira retratada na obra de Cecília Meireles, ‘Romanceiro da Inconfidência’.
A apresentação realizou um resgate importante de obras musicais brasileiras. Habib e Mattos reforçaram a expressividade do violão nos choros, como ‘Choro da Tarde’, de Vaíco, e ‘Quem sabe chora’, de Catiá. A naturalidade e segurança de interpretação dos duos resultaram da cumplicidade e olhares trocados pelos músicos.

O repertório da apresentação constrói ambientes por meio do som. ‘Chimiscaruncho’, de Bem-Bem, é a natureza e os indígenas da Amazônia. ‘Depois da chuva’, de Tó Teixeira, mostra como o clima interfere no cotidiano dos habitantes do Norte. ‘Viola desgarrada’, de Itamar de Freitas, homenageia a viola caipira. O potencial descritivo das canções, o qual associa imagem e som, confirma a pluralidade da música brasileira.

Serviço:
Violão Brasileiro – o violão nas regiões Sul e Norte
Projeto Sonora Brasil – Formação de Ouvintes Musicais
Pequeno Auditório da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – 3º andar (Praça Santos Andrade, 1)
Ponta Grossa - PR
Horário: 20 horas
Ingresso: entrada gratuita
Músicos: Salomão Habib e Fabrício Mattos
Fotos: Giovana Celinski

Giovana Celinski

Mais um episódio?

Em exibição no Multiplex Shopping Palladium de Ponta Grossa, “Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas” traz de volta aos cinemas os personagens Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres), em mais uma divertida situação. Para apimentar a relação, o casal parte em busca de uma parceira para fazerem sexo a três.

Novamente sob direção de José Alvarenga Jr. (Os Normais – O Filme; Divã), o filme parece um longo episódio da extinta série televisiva na qual é baseado (Os Normais, da Rede Globo). Estão presentes as situações constrangedoras, discussões, referências sexuais, tudo aquilo ao que os fãs da série estão acostumados. Há também o velho clichê briga-música triste-reconciliação, que acaba quebrando o ritmo das piadas.
A trilha sonora é quase toda cantada pelos atores, uma novidade interessante. A química entre os protagonistas continua ótima, com atuações impagáveis, aí que está o maior mérito dos 75 minutos do longa. Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres conseguem fazer graça em quase todos os momentos do filme. Destaque para a cena em que a atriz Daniele Suzuki faz uma lutadora de kickboxing confundida com uma mulher bissexual.

Há também momentos dispensáveis. A cena com a preguiça é provavelmente a mais fraca de todo o filme. Para quem nunca assistiu ao programa, o longa pode render boas risadas. Para os fãs da série, é bom para matar as saudades. Mas não vai além disso.

Serviço:
Nome: Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas
Em exibição no Multiplex Shopping Palladium (Rua Ermelino Leão, 703, Ponta Grossa/PR)
Horários: Terça e Quinta: 17:00 e 20:30
Sexta, Sábado, Domingo, Segunda e Quarta: 17:00, 19:30, 21:00
Preços: Segunda-feira: R$ 8,00
Terça-feira e quinta-feira: R$ 10,00
Quarta-feira: R$ 5,00 (preço único)
Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14,00
Aposentados, idosos, estudantes e portadores de deficiência pagam meia entrada.
Censura: 14 anos
Duração: 75 minutos

Gabriel Sartini

Alemães brasileiros

O Brasil é um país formado por diversas etnias: portugueses, eslavos, italianos, hispânicos, dentre outros povos, que formaram uma terra rica em diversidades culturais. Ter conhecimento sobre nosso passado é fundamental para dar valor e honrar aqueles que são responsáveis pelo que somos hoje.

O livro “Os alemães do Paraná” retrata a história da imigração germânica ao estado do Paraná. São fotos, textos, ilustrações e centenas de informações em anexo que registram a passagem das famílias no estado.
Escrito originalmente pelo Pastor Wilhelm Fugmann, o livro resgata e registra a memória de um povo, além de somar com a memória histórica da população. São poucas as publicações que contam as relações estabelecidas pelos imigrantes em uma única região. Este livro apresenta detalhes minuciosos sobre a vida dos alemães.

As memórias que estavam perdidas com os imigrantes mais antigos são resgatas pelo autor. Muitas famílias que descendem dos alemães podem compreender melhor sua genealogia. Mas o livro também não interessa apenas aos descentes, e sim a todos os moradores da região que podem compreender melhor as famílias tradicionais.
Registrar as memórias de um povo é extrema importância, não apenas para a curiosidade de seus descendentes. “Os alemães do Paraná” é um livro-documento que marca o centenário da presença dos germânicos na região dos Campos Gerais.

Serviço:
FUGMANN, Wilhelm. Os alemães do Paraná; traduzido por Francisco L. Paulo Lange. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 2008.

Maria Fernanda Lievore

Sintonizando o sono

O programa Goodnight Mundial, da Rádio Mundi FM (99,3) vai ao ar de domingo à quinta-feira, das 22h00 a 02h00, como companheiro noturno da população pontagrossense. Durante quatro horas, o programa dirigido pelo radialista Fabrício dos Santos oferece o melhor das músicas românticas ao ouvinte. Com canções de várias épocas, que vão desde sertanejo a pop rock, passando por reggae e até pagode, o Goodnight Mundial pode ser considerado o “contar carneirinhos” dos ouvintes.

Com músicas calmas e relaxantes, não é difícil pegar no sono ao som do programa, que oferece desde clássicos do cinema, como ‘My Hearth Will Go On’ de Celine Dion (filme Titanic), até os lançamentos do momento. Entretanto, um ponto negativo do Goodnight Mundial são os intervalos comerciais com fundos animados demais, que podem despertar o ouvinte.

O programa existe a mais de 20 anos, e segundo a Mundi FM é um dos mais ouvidos da emissora. Com uma programação de diferentes gêneros musicais que seguem a linha romântica, o Goodnight Mundial, apesar das pequenas falhas, consegue atingir seu objetivo principal: tornar-se o companheiro do ouvinte cansado, ajudando-o a relaxar e adormecer.

Serviço:
Rádio Mundi FM – 99,3
Programa Goodnight Mundial
De domingo à quinta-feira, 22h00 às 02h00
Radialista Fabrício dos Santos

Carla Yarin

Folha Universal, exemplo de "imparcialidade"

A forma em que as matérias das 7 primeiras páginas da Folha Universal desta semana estão dispostas e a escolha de seus temas (como por exemplo, “o sorriso dos bichos”, “ressaca da pizza” e “proteção contra imprevistos”) é confusa, quando colocados entre anúncios de produtos para redução de peso quase temos uma página dadaísta, tão irracional se torna.

Na página 8, a matéria de capa, intitulada “Vaidade em excesso”, tem como proposta conscientizar o leitor sobre os problemas que a vaidade pode causar em uma sociedade que supervaloriza a imagem. Para isso, a utilização de adjetivos como “aberração” e “deformada” não é contida.
O texto apresenta deficiências de fontes e citações. A súbita alternância entre as fontes deixa o texto confuso. Explicações que poderiam ser dadas por uma só fonte ficam espalhadas pelo texto em fontes diversas. Várias citações passam de 10 linhas, o que torna o texto cansativo. Outro problema são os dados apresentados entre o texto, nos chamados “olhos”. O jornal coloca números como “172 mil das cirurgias plásticas são reparadoras”, mas não explica a sua origem.

Na editoria “Coisa de Mulher” (página 8i), há uma matéria que contrasta por completo, não só com os anúncios de emagrecedores, mas com a opinião defendida pelo jornal na matéria da capa. A matéria da 8i se chama “A importância da imagem”. O texto é falacioso por não justificar afirmações como “Leva-se em torno de 15 segundos para uma pessoa julgar a outra sem sequer conversar com ela”, e também por dizer “Segundo especialistas” sem consultar um especialista. A primeira frase dessa matéria sintetiza a posição do texto: “O sucesso está estritamente ligado à imagem pessoal”.
Talvez esse contraste entre as opiniões da página 8 e 8i seja o melhor exemplo de como o jornalismo pode ser imparcial e plural.

Serviço:
Folha Universal Nº 908
De 30 de agosto a 5 de setembro de 2009
Edição nacional

Stiven de Souza

30 de agosto de 2009

A volta II

Após um período de não produção, motivado pelas férias escolares de julho e pela suspensão das aulas devido a propagação do vírus causador da gripe suína (H1N1), o blog Crítica de Ponta volta à ativa e prentende seguir sua política de reportar o que acontece nos espaços culturais dos Campos Gerais.

Contudo, a pausa nas publicações fez com que erros, antes corrigidos e já criticados por outros Ombudsman, apareçam na edição desta semana. O apego à descrição é um ponto que merece voltar a ser discutido. No texto “Brechó de ideias”, a autora reporta até o número de computadores utilizados na transmissão do programa “Geral Esportivo”. A iniciativa é realmente criativa e merece destaque, no entanto, abordar aspectos mais técnicos e descritivos fez com que o programa em si fosse colocado em segundo plano. Entretanto, a autora traz uma idéia original, diferente de outros conteúdos já discutidos na seção Antena.

No texto “O despercebido divulgador do Estado” o tom leve é uma fórmula para chamar a atenção dos leitores do blog. Entretanto, a autora constrói seu texto sobre palavras como standart, manchete, entre outras, que não são de conhecimento de todos os leitores, colocando em risco o tom coloquial com que a autora abriu seu texto.

Mas nem tudo são pedras. Merece destaque a crítica musical, bem consistente e fundamentada em aspectos como o show da banda e as influências musicais, que também são importantes para a qualidade da música. O ponto forte dessa edição realmente são os títulos. Com construções mais ousadas e até mesmo humoradas eles deixaram de ser somente informativos, passando a atrair os leitores. Também percebe-se que os serviços estão mais completos e informam com clareza em relação às edições passadas. Os assuntos pautados, em geral, são interessantes e é visível o amadurecimento dos alunos em relação à construção do texto.


Daniel Petroski