Uma das maiores vantagens do Crítica de Ponta, é explorar assuntos que vão além do habitual dos grandes meios de comunicação. Dessa maneira, desligado de um padrão comercial o blog proporciona ao leitor um conteúdo além do convencional. Porém, o não aproveitamento desses temas é o que acaba prejudicando alguns trabalhos.
Em grande parte dos textos, o maior problema é o uso de frases excessivamente longas. Tais frases tornam o texto cansativo e acabam desorientando o leitor. Um exemplo é um trecho do texto Projeto leva literatura a crianças: ‘A proposta, que começou com 5 crianças e uma professora, foi reconhecida pelo governo federal como o primeiro Ponto de Leitura de Ponta Grossa, dentre os nove existentes no Paraná, com apoio do Ministério da Cultura’. Ufa! O uso de frases curtas torna o texto dinâmico e agradável ao leitor.
Outro deslize são as repetições. Na crítica Entrevistas e reportagens de ‘alto estilo’, a palavra ‘programa’ aparece cinco vezes no texto. Outras palavras como ‘apresentado’, ‘apresenta’ e ‘apresentadora’ são repetidas diversas vezes. No mesmo texto o autor aponta o quadro ‘bem estar com alto estilo’ e cita-o como ‘interessante’, porém, não dá poucos detalhes sobre o mesmo.
De todos os textos, o da editoria Entre Linhas é o mais confuso. Cheio de repetições (duas vezes no primeiro parágrafo aponta a mesma idéia sobre o jornal ser bimestral) e repleto de frases muito longas que diversas vezes, deixa o leitor perdido no texto. A autora esquece de apontar qual edição do jornal a editoria está criticando, nem no serviço a informação é encontrada.
Na editoria Antena, o autor aponta o programa “Padrão de qualidade” como o de maior audiência dos Campos Gerais, porém, não mostra dados que comprovem isso. Quando o texto trata dos apresentadores do programa, cita Saulo Risada, Ivan o Terrível e Bigode. Mas quem são eles? Esses são seus verdadeiros nomes? Uma foto mostrando o programa e seus apresentadores contribuiria para melhor ilustrar a matéria.
A sessão Vitrola abre o texto falando de Ponta Grossa como uma cidade de caráter universitário, mas quem disse que o caráter da cidade é esse? No terceiro parágrafo a autora diz: ‘Em alguns dias da semana, o Botequim apresenta bandas que tocam de Ana Carolina a João Bosco e Aldir Blanc e aceitam palpites dos ouvintes em seu repertório’, a autora esquece, porém, de dizer em que dias isso acontece, tanto no texto como na parte de serviço. Um destaque para o texto conta ainda com boas ilustrações que contribuem para a estética do blog.
Em ‘Cafundó’ me confundiu pela primeira vez temos uma crítica de cinema, não um texto onde o autor passe o tempo todo descrevendo o filme, como vem acontecendo em algumas edições. Outro bom texto é o da sessão Outros Giros, com frases curtas, texto rápido e altamente detalhado. A autora deveria explicar o que são as paredes feitas com taipa de pilão. E os Bugios não rugem, eles guincham, chiam, assobiam ou cuincham.
Cleber Facchi